Sexo: para todo problema masculino há uma solução

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Todas as disfunções sexuais masculinas, sejam passageiras ou crônicas, têm tratamento e cura — e quase sempre a solução é bastante simples.

Por Wilson Weigl

Fotos: Deposit Photos

Homens que passam por algum problema sexual na maioria das vezes sofrem inutilmente. Todas as disfunções sexuais masculinas, sejam passageiras ou crônicas, têm tratamento e cura — e quase sempre a solução é bastante simples.

A questão é que grande parte desses homens suportam o problema em silêncio, se envergonham de compartilhar a dificuldade com os amigos e — pior de tudo — resistem a procurar um médico. E quanto mais o tempo passa, mais a situação se agrava, nem tanto em termos orgânicos, mas psicológicos e emocionais. O comprometimento do desempenho sexual gera cada vez mais insegurança e ansiedade, compromete a autoestima e abala os relacionamentos.

Boa parte desses desajustes, além de serem apenas temporários, é influenciada por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, nervosismo e depressão. Muitas vezes a solução pode vir de um psicólogo ou sexólogo, e não do médico urologista. Mas quase sempre o primeiro passo deve ser a consulta com o urologista. No diagnóstico, esse especialista pode descartar possíveis causas físicas, tanto por meio da descrição aberta e franca do problema na consulta e, também, por meio da solicitação de exames.

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Disfunção erétil psicológica

A dificuldade de ereção em até 20% dos casos é apenas uma reação secundária a um fator psicológico e não tem nenhuma causa orgânica. Os principais fatores são estresse profissional ou financeiro, dificuldades conjugais, ansiedade, depressão e baixa autoestima. Na maioria das vezes é apenas temporária e o problema acaba quando se elimina a causa. Costuma ter início abrupto — de repente não se consegue mais ter uma boa ereção. O tratamento pode ser multidisciplinar e envolver não só o urologista mas também um psicólogo. Quando é apenas temporária, podem ser usados medicamentos como Viagra como apoio inicial.

Solução: Os primeiros passos são procurar um urologista para descartar a possibilidade de uma causa orgânica e, também, tentar identificar em si mesmo o possível fundo psicológico. Nesse caso, o tratamento pode exigir terapia com psicólogo. Quando a falta de ereção é só temporária, são usados como apoio inicial medicamentos como Viagra.

Ansiedade de desempenho

O medo de falhar leva a falhar. A ansiedade provoca descarga de adrenalina na corrente sanguínea, que impede que o pênis se encha de sangue. Ela é comum em homens jovens, em relações extraconjugais, fora do relacionamento fixo, em circunstâncias que não privilegiam o relaxamento e a privacidade, como no carro, em lugares públicos, num quarto onde outras pessoas podem ouvir etc. Pode acontecer também quando a outra pessoa provoca alguma insegurança. Muitas vezes, um eventual fracasso leva a um novo fracasso, gerando um ciclo vicioso.

Solução: Se a dificuldade de ereção acontece só uma vez ou outra, relaxe e supere. Procure identificar a causa do nervosismo, insegurança ou ansiedade que influenciou na relação com o(a) parceiro(a). Mas se for a brochada for recorrente, e vem acontecendo sucessivamente, deve-se consultar um urologista ou terapeuta sexual.

Ejaculação precoce

Cerca de 25% a 30% dos homens sofrem da condição, em que se é incapaz de exercer controle sobre o reflexo ejaculatório e o orgasmo ocorre logo após a penetração ou mesmo antes dela. O problema só se caracteriza quando é recorrente, ou seja, acontece sempre. Mas o tratamento é bem fácil. Muitos médicos sugerem exercícios de controle ejaculatório, mas muitos já prescrevem medicamentos antidepressivos, que apresentam o efeito colateral de retardar a ejaculação, porque aumentam a quantidade de serotonina (ligada ao bem-estar) no cérebro.

Solução: Raramente o problema é físico (como alta sensibilidade no pênis). As causas são quase sempre psicológicas ou emocionais. Alto nível de ansiedade é a causa mais frequente, e geralmente vem associada a experiências negativas do início da vida sexual. Pode ser que, na adolescência, o sexo fosse relacionado a “culpa” ou que as primeiras masturbações tenham sido sempre rápidas e ansiosas, por medo de ser “pego em flagrante” ou por falta de privacidade (por exemplo quando se divide o quarto com um irmão).

O tratamento da ejaculação precoce costuma ser fácil. Existem técnicas de aprendizado do controle ejaculatório, mas muitas vezes o médico prescreve medicamentos antidepressivos, que apresentam o efeito colateral de retardar a ejaculação, porque aumentam a quantidade de serotonina (ligada ao bem-estar) no cérebro.

Baixa da libido

É absolutamente normal o desejo aumentar e diminuir e ter fases com mais ou menos tesão. Mas quando a situação se estende durante muito tempo por motivos desconhecidos, deve-se investigar estresse, depressão, excesso de peso, abuso de bebidas ou drogas. Tudo reflete no organismo e no comportamento, porque mente e corpo andam juntos.

Solução: A melhor forma de diagnóstico da queda da libido é consultar um médico e fazer exames para medir os níveis hormonais, principalmente da testosterona, e avaliar outra possível origem do problema. Descartada uma causa física, o problema provavelmente tem fundo psicológico.

Compulsão em sexo

O desejo sexual obsessivo e fora de controle define o transtorno mental chamado de hipersexualidade, desejo sexual hiperativo, vício em sexo, transtorno hipersexual, dependência sexual e comportamento sexual compulsivo. O transtorno pode se manifestar não só na busca de relações sexuais mas também pela constante troca de parceiros, masturbação compulsiva ou o vício em pornografia — muitas vezes todos esses sintomas se manifestam ao mesmo tempo. A abstinência deixa na pessoa um vazio psicológico que causa ansiedade e pensamentos depressivos. O problema não está relacionado ao nível da libido nem à frequência de relações sexuais.

Solução: Os especialistas afirmam que a hipersexualidade pode ser causada por múltiplos fatores (até genéticos) e, principalmente, pelo desequilíbrio de neurotransmissores cerebrais, como dopamina, serotonina ou norepinefrina, que regulam os estados de humor.

Como ter muita disposição para o sexo ou alta frequência sexual não são necessariamente sintomas do problema, talvez a única forma de identificá-lo seja a percepção pessoal de que o sexo está afetando demais a vida e se está perdendo o controle sobre essa necessidade básica, instintiva e saudável do ser humano. O tratamento da hipersexualidade é o mesmo de outros tipos de dependências, como drogas ou álcool. O diagnóstico só pode ser feito por um psicólogo ou sexólógo a partir do relato do indivíduo, porque não existem sintomas físicos ou exames laboratoriais que confirmem o problema.

Disfunção erétil

É a incapacidade persistente ou recorrente — que acontece repetidamente — de conseguir ou manter a ereção. Pode ocorrer em qualquer época, inclusive em jovens, mas afeta quase a metade dos homens acima de 40 anos. Quanto maior a idade, maior a propensão à disfunção erétil. Descartadas possíveis causas psicológicas (como ansiedade), podem ser várias as causas físicas, quase sempre relacionadas ao envelhecimento: problemas de circulação arterial e transmissão de sinais neurológicos para o pênis, queda de testosterona, diabetes, uso de remédios etc.

Solução: O tratamento depende de orientação médica. Frequentemente o problema é resolvido apenas com os famosos medicamentos como sildenafila, vardenafil e tadanafila (Viagra, Cialis e genéricos), que facilitam a entrada de sangue no pênis para a ereção. Em casos graves, podem ser usadas injeções penianas, bombas de vácuo, implantes e tratamento hormonal. Para melhorar a ereção, são bem-vindas mudanças no estilo de vida: fazer exercícios físicos, comer bem, perder peso, largar o cigarro e moderar no álcool.