Quanto tempo demora para ficar duro novamente depois do orgasmo?

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Por que é preciso dar um tempo para ter outra ereção depois de gozar? Muitos homens se sentem confusos ou preocupados sobre o que é “normal” nesse aspecto.

Por Wilson Weigl

Fotos: Deposit Photos

Quanto tempo demora para ficar pronto para outra rodada de sexo? Existe uma média de intervalo de tempo para ter outra ereção depois de gozar?

Dar várias em seguida no sexo é uma grande fantasia masculina. Até homens satisfeitos com sua vida sexual se preocupam por não conseguir ter várias ereções na sequência. Alguns gostariam de ser capazes de ficar duros na hora — aquela velha fantasia de “dar duas sem tirar”, como se isso fosse motivo de orgulho ou requisito para ser bom de cama. A bem da verdade, porém, praticamente todo homem quer ser um ótimo amante, não apenas para dar prazer a(o) parceira(a), mas também para alimentar seu ego e sua autoestima.

A duração do intervalo entre duas ereções é apenas mais uma dúvida entre tantas que temos em relação a desempenho na cama. Muitos homens podem se sentir confusos ou preocupados sobre o que é “normal” nesse aspecto.

Então afinal, quanto tempo deve durar essa pausa antes de o pênis estar duro e pronto para dar outra?

Não, não existe uma duração de tempo” ideal” entre ereções consecutivas. Salvo poucas exceções, todo homem precisa de um “recesso” antes que o pênis endureça novamente: é o período refratário, um intervalo de recuperação necessário para voltar à atividade após a ejaculação. Nesse período há uma diminuição do desejo e da capacidade de ereção e a maior parte dos homens não responde mais aos estímulos sexuais.

Durante esse intervalo, o pênis pode ficar hipersensível e o contato genital até chegar a ser desagradável. Coisas normalmente excitantes, como manipulação e sexo oral, podem não fazer efeito para o pênis endurecer.

Esse tempo mais curto ou mais longo que cada homem precisa para se recuperar não é sinal de potência sexual ou virilidade. O período refratário varia consideravelmente entre os indivíduos, de acordo com idade, saúde física e mental, libido, nível de estresse e tesão na hora. Alguns homens ficam prontos para nova rodada em minutos, enquanto outros precisam de várias horas.

Em geral, a duração do período refratário está fora de controle. É um processo fisiológico orgânico pelo cérebro, com alterações dos níveis de neurotransmissores e hormônios. Depois da ejaculação, o corpo libera prolactina, um hormônio “broxante” que inibe a dopamina, neurotransmissor que desempenha um papel crucial na excitação sexual.

Também no período, o sistema nervoso simpático – que estava hiperativo durante a excitação sexual e o orgasmo – se acalma gradualmente. O resultado é a sensação de relaxamento e fadiga que também contribui para a incapacidade de ter imediatamente outra ereção.

Com o avançar da idade, é comum que o período refratário se prolongue cada vez mais. Jovens podem ter nova ereção em poucos minutos ou até em seguida. Já os mais velhos podem precisar de muitas horas ou até mesmo um dia.

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Apesar dos processos neurais, o período refratário não é exclusivamente fisiológico e também é fortemente influenciado por fatores psicológicos e emocionais, como estresse, ansiedade, nervosismo.

A compreensão do processo do período refratário, e de como ele varia individualmente, é importante para se ter uma visão mais clara da própria saúde sexual, sem o peso de ansiedade e preocupação desnecessária. Esse entendimento pode levar a uma maior satisfação sexual, com melhor comunicação com o(a) parceiro(a).

No sexo, qualidade importa mais que quantidade, porém. Alguns homens podem ter várias ereções numa relação; outros se satisfazem com apenas uma. E isso não tem nada a ver com ter mais potência, testosterona ou ser mais viril.

O que vale é o prazer, a intimidade e a conexão emocional com o(a) parceiro(a), seja num relacionamento estável ou no sexo casual.