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Comparar a sexualidade alheia com sua própria pode abalar a autoestima mesmo de homens que têm vida sexual satisfatória e adequada a suas necessidades.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Direto ao ponto: não compare sua vida sexual com a dos outros! Basear-se na sexualidade alheia como parâmetro para sua própria pode abalar a autoestima mesmo de homens que têm uma vida sexual satisfatória e adequada a suas necessidades, segundo os especialistas.
Há homens com boas vidas sexuais que sofrem ao constatar que não fazem sexo tanto e tão bem quanto amigos e “influenciadores” das mídias sociais. E até se comparam a atores pornôs! Então ficam com a sensação de que todo mundo faz sexo mais excitante, mais frequente e com mais parceiros.
Muitos homens sentem necessidade de autovalidação sexual pelos outros. Para provar sua virilidade, às vezes gostam de alardear suas conquistas e proezas nos papos com amigos. Mas contar que broxam, que gozam rápido demais, que tiveram uma transa desastrosa, como acontece na vida real? Nunca, jamais!
Muitos de nós criamos nossos próprios ambientes depressivos e de baixa autoestima ao comparar nossas vidas com as dos outros em nossos feeds das mídias sociais. Facilmente esquecemos que as pessoas só mostram o que elas querem que você veja. O realmente acontece nos bastidores? Você não conhece a história toda. Celebridades e influenciadores narcisistas alardeiam suas façanhas sexuais, como fez Deborah Secco, que alvoroçou as redes sociais há alguns anos ao revelar que no início do relacionamento com o marido Hugo Moura (agora ex) transava mais de 10 vezes por dia, “quando transava médio”. Como esse fato pode repercutir em você e na maioria dos homens?
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Muitos homens não fazem sexo – e não precisam de sexo – com frequência, mas insistem em se comparar a “garanhões”, sem avaliar qual é a real medida de sua libido e sua necessidade de sexo. Há toneladas de estudos sobre frequência e duração média de sexo, mas “média” não significa “ideal”. Algumas pessoas curtem fazer maratonas sexuais, e outras só gostam de uma rapidinha. Há quem queira sexo várias vezes por semana e quem fique bem na abstinência por meses. Nenhuma das duas frequências (e todas entre esses extremos) é problema, a menos que cause frustração por sua vida sexual não se adequar a suas necessidades.
Os especialistas são unânimes em firmar que cada um tem sua sexualidade, seu nível de libido, e a comparação é sempre um erro. Se você está em um relacionamento, você e a(o) parceira(o) encontrarão a frequência que funciona para ambos. Os dois gostam de fazer sexo todo dia? Muito bom! Só uma vez por mês? Perfeito também. Qualquer coisa no meio disso? Ótimo! O problema é quando há muita discrepância no nível de libido e isso pode ser um desafio num relacionamento.
Claro que muitos homens ao seu redor podem estar fazendo muito mais sexo do que você, experimentando as posições selvagens que você não consegue, transando em lugares que nunca imaginou, fazendo orgias. Mas se pergunte: você realmente quer essas coisas? Ou só está aferrado ao pensamento de que “a grama do vizinho é mais verde”?
Assistir pornô pode ser instrutivo para aumentar e incrementar seu repertório. Mas não se pode ignorar o efeito negativo que a pornografia pode ter na autoimagem. Não tome como referência o desempenho dos atores (sim, são atores). Ao nos comparar com eles, quase sempre vamos perder. A maioria de nós não é tão bonito, não tem pênis enorme, não controla a ejaculação nem goza várias vezes numa relação.
Tenha em mente que aquilo que parece “funcionar” na pornografia não funciona com (as)os parceiras(os) da vida real. Sexo a três, orgias, anal, faciais, engolir, S&M, bondage. Na vida real, a maioria das pessoas só precisa de um único parceiro para satisfazê-las. Ser bom de cama significa saber dar e receber prazer, saber usar o que se tem, ser criativo e espontâneo no sexo. E isso é mais fácil do que parece.
Vamos ser mais felizes se soubermos o que realmente queremos e do precisamos. Você decide o quão boa sua vida sexual é de verdade, em relação a frequência e duração do sexo e à variedade de parceiros. E para essa descoberta, a vida sexual dos outros é irrelevante. Concentre-se na sua história.
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