Use a energia do estresse a seu favor!

O estresse não é sempre um inimigo. Controlado, é um combustível que nos deixa mais alertas e nos induz à ação e a decisões rápidas. Aprenda a canalizar essa força.

 

Todo mundo fica estressado uma vez ou outra. Inevitável que situações de desafio, competição e confronto nos deixem acelerados, estimulados, em estado de alerta. Mas desde que esses momentos sejam apenas episódicos, e não crônicos, dá para usar essa energia extra para obter melhores resultados no trabalho e na vida pessoal.

Sabe quando a gente pega pesado na academia, estressa os músculos e eles ficam mais fortes? É mais ou menos isso que acontece quando o estresse é focado e controlado. Mas do mesmo jeito que se exagerarmos no treino podemos ter uma lesão, estresse em excesso por causar sérios problemas.

Esse texto que o Homem No Espelho recebeu explica como administrar o estresse a nosso favor. Seu autor é o economista Lucas Medola, CFO do PayPal para a América Latina, que é responsável na empresa pela liderança em finanças, controladoria, relatórios regulatórios e Finance Business Intelligence e atua também com Tecnologia da Informação e gestão de Facilities. Ou seja, dá para intuir que é um cara que entende de estresse!

Confira as pistas de Lucas Medola para ser um estressado positivo.

Estresse é uma defesa natural do corpo 

Antes de partir para a vitória (afinal, era quase sempre o desfecho de suas aparições nas pistas pelo mundo afora), Usain Bolt dava sinais de estresse. Sim, apesar do semblante bem-humorado, o maior velocista de todos os tempos ficava estressado antes do tiro de largada – mesmo depois de oito medalhas de ouro olímpicas. E tinha de ser assim. Mas na dose certa.

Acredite, o estresse não é necessariamente um inimigo – nem nas raias do atletismo nem nas raias da vida corporativa. Ele é uma defesa natural aos estímulos externos e também essencial para o conjunto de ações conhecidas como “instinto de sobrevivência”. Diante de uma situação de perigo, produzimos adrenalina e cortisol, substâncias que nos deixam em situação de alerta, prontos para reagir, independentemente do cenário no qual estamos inseridos.

Alguém conhece trabalho sem estresse?

No mundo corporativo, o estresse está presente em boa parte do tempo dos executivos – mais do que isso, parece fazer parte de nosso job description, tratado quase como um status dos cargos de chefia e liderança. Só que isso pode gerar diversos problemas de saúde, dentre os quais quadros de hipertensão, cardíacos, ansiedade e insônia (em casos extremos, até quadros de depressão), só para citar os mais comuns.

A questão, aqui como em qualquer instância da vida (tanto a pessoal quanto a profissional), é bom senso. Ou seja, também é preciso estabelecer momentos dedicados à desaceleração durante o expediente, momentos em que você precisa relaxar, a despeito do turbilhão que possa estar ocorrendo à sua volta. Não é simples, claro, mas esse autocontrole fará com que você consiga atravessar os desafios mais rapidamente, de forma mais estruturada, sem emoção, e de modo mais saudável.

Na medida correta, o estresse pode fazer a diferença entre fracasso e sucesso.

O estresse acelera as conexões cerebrais

Homem No Espelho - Estresse positivo controlado

Um dos fatores mais interessantes do “bom” estresse (ou estresse controlado) é que ele melhora o desempenho intelectual e a capacidade da memória. Há estudos que garantem até uma facilidade maior de aprendizado em homens e mulheres que vivem com nível de estresse controlado. Para um executivo que depende de seus neurônios a cada segundo de seu dia de trabalho, trata-se de uma notícia e tanto. Isso porque o estresse é capaz de estimular a produção das chamadas proteínas regenerativas, que favorecem o surgimento de novas conexões cerebrais.

Pesquisadores alemães da Universidade de Freiburg descobriram que o estresse pode ser também um motivador de novas amizades. O estudo demonstrou que pessoas expostas a situações estressantes tendem a socializar com mais facilidade, compartilhando suas ideias e experiências.

Sem falar nos benefícios ao sistema imunológico (o estresse, em níveis saudáveis, leva o corpo a produzir anticorpos com maior velocidade e mantém o indivíduo em estado de alerta).

Equilibre o estresse com prazer e bem-estar

Homem No Espelho - Estresse positivo controlado

É fundamental também incluir na sua rotina diária alguma atividade que proporcione prazer (pode ser exercício físico, um hobby ou qualquer tipo de lazer), bem-estar e o famoso “desligar do mundo”. Esses momentos são essenciais para a saúde mental e física, além de parte do processo que leva ao sucesso profissional. Lembre-se de quanto o relax é importante durante as férias.

Mas não se acalme tanto assim! Como já dissemos, uma boa dose de estresse é um senhor combustível.

Não ultrapasse o limite do bom estresse

Homem No Espelho - Estresse positivo controlado

Entretanto se você ultrapassa essa medida, as funções de seu corpo sofrem. Motivo? A adrenalina se junta ao cortisol (conhecido como “hormônio do estresse”), “fabricando” uma mistura tóxica no organismo, capaz de causar lapsos de memória, taquicardia, pressão alta, alergias, tensão muscular, irritação sem motivo aparente, falta de concentração e até… medo.

Ao perceber sinais de que está se aproximando de seu limite, pare o que estiver fazendo – sim, permita-se uma pausa. Afinal, como diria o filósofo William James, “a maior arma contra o estresse é nossa habilidade de escolher um pensamento ao invés de outro”. Portanto, respire ou exercite-se, ouça uma música ou leia o capítulo de um livro que não tenha nada a ver com o que você está fazendo, dê uma “volta” pelas redes sociais (sem compromisso) ou jogue online por 10 minutos. Aposte nisso no ambiente de trabalho, mantenha seu índice de estresse na coleira e você colherá bons resultados.

Os especialistas são unânimes: momentos de hiperatividade devem ser sempre curtos, jamais duradouros. Como o jamaicano Usain Bolt costumava demorar menos de 10 segundos (nos 100 metros rasos, sua prova mais forte) para cruzar a linha de chegada e abocanhar a medalha de ouro – de novo e de novo e de novo! -, a teoria parece mesmo fazer sentido.

 

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