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A camisinha protege de infecções sexualmente transmissíveis, enquanto o lubrificante evita danos físicos, como fissuras e machucados causados pela fricção do pênis.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
A camisinha e o lubrificante devem ser companheiros inseparáveis de todo homem, seja heterossexual, bissexual ou gay, ativo ou passivo. Protegem não só de infecções, no caso da camisinha, quanto de danos físicos, como fissuras e machucados causados pela fricção do pênis, especialmente no ânus.
Sexo vaginal e anal sem preservativo são práticas de altíssimo risco, principalmente com parceiros desconhecidos. Tanto aqueles que introduzem o pênis (ativos) quanto aqueles que recebem o pênis (passivos) estão sujeitos aos perigos de várias formas, cada um a seu modo.
No caso das infecções, a pessoa contaminada pode não apresentar sintomas, mas mesmo assim é possível ocorrer o contágio. É o que acontece com o vírus HPV, que causa verrugas nas regiões genital e anal que podem virar câncer. No caso da relação anal, o pênis pode causar fissuras na pele do ânus que facilitam a entrada dos micro-organismos causadores de doenças.
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Infecções sexualmente transmissíveis
Sempre que se faz sexo desprotegido o homem se expõe ao risco de contrair uma infecção, independente de orientação sexual, hétero, gay ou bissexual.
A camisinha é comprovadamente o método mais eficaz para evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) como herpes genital, HPV (verrugas), gonorreia, Aids (HIV), hepatite, clamídia, tricomoníase e sífilis. Todas são causadas por vírus, bactérias e parasitas transmitidos pelo contato sexual — oral, vaginal ou anal — sem o uso de preservativo.
O uso diário da medicação da PrEP (Profilaxia Pós-Exposição) pode impedir que o HIV, vírus da Aids, se estabeleça e se espalhe pelo organismo, mas não protege das outras infecções.
No caso do sexo anal, a anatomia do ânus torna a contaminação mais arriscada para o passivo, que recebe o pênis. A mucosa do ânus é porta de entrada para infecções que possam vir dos fluidos sexuais do parceiro, seja lubrificação seja esperma. O parceiro passivo é muito mais suscetível a infecções do que o ativo, já que a área de mucosa anal é muito mais extensa em comparação à área de mucosa exposta no pênis.
Infecção urinária: risco para ativos
O parceiro que penetra o ânus sem camisinha pode contrair infecção urinária. Uma infinidade de bactérias fazem parte da microbiota natural do intestino e podem passar do reto para o pênis através da uretra e daí chegar ao sistema urinário. A bactéria mais comum é a Escherichia coli, responsável por 80% dos casos de infecção urinária.
Os principais sintomas de infecção urinária em homens são dor e ardência ao urinar, vontade frequente de urinar (inclusive à noite) e urina turva ou com cheiro forte. A cura é fácil, usando antibióticos, e a melhora costuma acontecer em cerca de 2 dias após o uso.
Lubrificante evita machucados
O uso de lubrificantes específicos para o sexo, à base de água ou silicone (compatíveis com o látex dos preservativos) diminui o atrito dos órgãos sexuais e o risco de lesões que facilitam a entrada de micro-organismos infecciosos.
O lubrificante deve ser usado sem economia principalmente no sexo anal. Além de tornar a prática mais confortável, o gel evita fissuras causadas pela fricção do pênis no ânus, que não conta com lubrificação natural. Durante a excitação, tanto o homem quanto a mulher liberam secreções pelo pênis e pela vagina que funcionam como lubrificante no ato sexual. Como a região anal não conta com essa lubrificação natural, a penetração é muito mais traumática, especialmente quando feita a “seco”.
O revestimento de mucosa do ânus é bastante fino e o tecido pode sofrer fissuras que facilitam a entrada dos vírus e bactérias. Às vezes, essas rupturas na mucosa são tão pequenas que nem chegam a ser sentidas.
A cusparada para facilitar a penetração pode ser altamente erótica e excitante, mas é pouco eficaz como lubrificante. A saliva não apenas tem baixa viscosidade (é mais líquida do que escorregadia) como também é rapidamente absorvida pela mucosa da vagina e do reto, ao contrário do lubrificante, por sua consistência gelatinosa.
Além disso, a saliva, como outras secreções do corpo humano, também é veículo de doenças – desde uma simples gripe -, que podem ser passadas quando usada como lubrificante no sexo vaginal ou anal.
Camisinha não é só para o final
Para se proteger, não basta colocar a camisinha apenas na hora da penetração. Qualquer preliminar ou “brincadeira” que envolva contato do pênis com a vagina ou o ânus pode ser porta de entrada para os micro-organismos causadores de doenças. Mesmo aquela penetração rapidinha comum no “esquenta” das preliminares pode causar o contágio.
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