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Sexo casual pode ser uma forma de explorar livremente a sexualidade. Mas é aconselhável estar preparado para o desapego.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Sexo casual significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Em geral, se refere a sexo consensual fora de uma relação romântica, sem apego ou expectativa de exclusividade ou compromisso.
Pode acontecer entre parceiros apenas uma vez ou regularmente, de forma planejada ou espontânea. E pode ocorrer com um(a) amigo(a), um(a) ex, um(a) conhecido(a) ou um(a) completo(a) estranho(a) encontrado em um aplicativo.
Os prós e contras do sexo casual dependem de cada situação e das pessoas envolvidas. Mas é aconselhável pensar nas probabilidades de você se sentir bem ou mal, seja antes, durante ou depois da experiência.
O sexo sem compromisso pode ser uma forma de explorar livremente a sexualidade. Muitos preferem esse tipo de relações porque são livres, sem as expectativas, responsabilidades e pressões do sexo dentro de um relacionamento tradicional. Também é o preferido de quem não procura namoro ou romance.
Sempre existiram relacionamentos baseados unicamente em sexo, entre “amigos com benefícios” ou “amizades coloridas”. A diferença é que os aplicativos facilitam os encontros entre pessoas que buscam apenas sexo. Basta se cadastrar, descrever preferências e ter boas fotos para mostrar (especialmente nudes). Os aplicativos têm filtros por gênero, opção sexual, idade, raça e distância. Alguém que busca o mesmo que você, agora, pode estar a poucos metros.
Sexo casual quase sempre implica em novidade, excitação, fantasia ou adrenalina. Porém é importante não quebrar regras básicas, como discrição (para saber quais são essas regras, leia aqui).
As sensações de felicidade e prazer do sexo resultam de reações corporais químicas – e não necessariamente de amor. E além da satisfação sexual imediata, o sexo casual permite desfrutar a intimidade física com outra pessoa, sentir-se atraente e desejado (pelo menos naquele momento). E também não se pode descartar a chance de conhecer um(a) futuro(a) parceiro(a) de longo prazo, quando rola química sexual, afinidade e sintonia – desde que a possibilidade se apresente como um efeito colateral da transa, e não seja seu objetivo primordial.
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O desafio está em ter consciência de que não serão criados vínculos afetivos, mesmo que a experiência tenha sido muito boa. Ao contrário do que pode parecer, uma relação sexual sem compromisso não é desprovida de sentimentos, porque o sexo em si já é uma emoção. O problema é quando uma boa transa gera consequências, como expectativas… e um coração partido.
Importante é ter em mente que, em princípio, se trata de uma transa e nada mais. Mas nem todo mundo está preparado para esse desapego. Não estar seguro de que o “relacionamento” começa e termina ali pode ser prejudicial. Se o sexo casual é saudável e recompensador para quem não quer comprometimento, pode ser emocionalmente devastador para quem não está seguro de que consegue renunciar ao envolvimento com a outra pessoa.
Às vezes, relacionamentos sexuais casuais têm uma dinâmica desequilibrada. Um dos parceiros quer mais frequência ou cobra mais disponibilidade do outro. E este não quer nem pretende criar nenhum laço ou obrigação. Não basta você estar bem resolvido em relação ao sexo casual – é preciso que a(o) parceira(o) também esteja.
Os românticos, que costumam ter relacionamentos duradouros e monogâmicos, podem se frustrar com o sexo efêmero. Se é seu caso, avalie todas as possibilidades antes de se envolver nessa prática.
A visão estritamente científica sobre o sexo é desassociada do amor. Do ponto de vista da evolução humana, o sexo é, em princípio, condição fundamental para a multiplicação da espécie. Nos tempos das cavernas não existia o conceito de casal: ninguém era de ninguém e a monogamia não existia. Todos viviam em grupos, as mulheres pertenciam a todos os homens e vice-versa. Como não havia a ideia de procriação, os pré-históricos acreditavam que as crianças eram presentes da natureza.
Arqueólogos descobriram evidências de que homossexualismo, masturbação e até zoofilia (sexo com animais) eram práticas comuns. Desenhos de pênis foram encontrados nas paredes das cavernas, asim como pequenas esculturas representando mulheres nuas, rechonchudas como devia ser o padrão de beleza – e pornográfico – da época. Os pesquisadores crêem que eram os homens que criavam esses objetos que, aliás, são tão polidos que devem ter sido muito manipulados.
No período Paleolítico, a Idade da Pedra Lascada, os machos dominantes se casavam com várias mulheres, seguindo o comportamento de animais. Segundo estudos, a monogamia se instalou no período Neolítico, a Idade da Pedra Polida, quando os homens começaram a domesticar animais.
Importante saber é que não há uma resposta se o sexo casual é bom ou não. Interessa o que parece para você. Pode ajudá-lo até a compreender a diferença ou sobreposição entre sexo e amor para você. E se quer (ou consegue) mantê-los separados.
Antes de criar um perfil num aplicativo de sexo, é preciso estar consciente de que, em princípio, uma relação sexual casual não implica em nenhuma obrigação e nem há perspectiva de que a experiência se repita – a não ser que seja uma decisão mútua. Em princípio, é só sexo – e tudo bem!
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