Estar um pouco acima do peso já é perigoso para a saúde?

O sobrepeso, quando se está apenas acima do peso ideal para a idade e altura, é classificado pelos médicos como pré-obesidade, uma faixa onde já começa o risco de complicações de saúde.

Homem No Espelho - Estar um pouco acima do peso já é perigoso para a saúde?

Por Wilson Weigl

Fotos: Deposit Photos

Quando o excesso de peso deixa de ser mera questão estética e começa a representar risco de uma complicação de saúde?

Existe uma diferença crucial entre estar apenas um pouco ou muito acima do peso ideal. Na conceituação médica, sobrepeso e obesidade significam a mesma coisa: acúmulo excessivo de gordura corporal, porém em diferentes graus. Ambas as situações, porém, representam ameaças à saúde, que vão aumentando cada vez mais à medida em que o excesso de peso aumenta.

Alguém tem sobrepeso, quando seu percentual de gordura corporal é maior do que o considerado ideal e saudável para a altura, idade e sexo. Mas esse percentual é menor comparado à obesidade, quando aumentam as probabilidades da quantidade de gordura impactar na saúde como um todo.

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Mesmo a “barriguinha de cerveja” do falso magro pode ser sinal de alerta para o sobrepeso. O sobrepeso, quando se está apenas acima do peso ideal, é classificado pelos médicos como pré-obesidade, uma faixa onde já começa o risco de doenças. A gordura subcutânea (sob a pele) acumulada no abdômen tende a se aprofundar e se transformar em gordura visceral, em volta dos órgãos internos, aumentando ao risco de problemas cardiovasculares e diabetes tipo 2 (não hereditário).

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A tendência ao ganho de peso pode ter influência hereditária, que predispõe ao menor gasto de gordura e à maior facilidade de seu acúmulo no corpo. Fator de risco mais preponderante e comum do que o genético, porém, é o estilo de vida, baseado em sedentarismo, falta de exercícios e maus hábitos alimentares, com abuso de gorduras, açúcar e alimentos processados. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), mais da metade dos brasileiros apresenta excesso de peso (60,3%, 96 milhões de pessoas), sendo 57,5% homens.

É importante que quem esteja acima do peso reveja hábitos antes de entrar na faixa da obesidade pra valer (obesidade grau 1). Nessa etapa, já não é suficiente sair do sedentarismo e praticar atividade física esporadicamente: é preciso estabelecer uma rotina de exercícios e, principalmente, iniciar a reeducação alimentar.

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O excesso de peso, já no simples sobrepeso, aumenta a concentração de substâncias pró-inflamatórias que levam a um estado de inflamação crônico, diminuem a captação da glicose e aceleram o processo aterosclerótico, o enrijecimento e acúmulo de placas de gordura nas artérias. O endurecimento e estreitamento dos vasos sanguíneos favorecem problemas cardiovasculares, como infarto, hipertensão e AVC (acidente vascular cerebral, vulgo derrame) e contribuem para a dificuldade de ereção, que depende totalmente do fluxo sanguíneo para o pênis.

Excesso de peso também está relacionado a infertilidade, colesterol alto, doenças renais, apneia obstrutiva do sono, artrose e alguns tipos de câncer, entre outras condições que levam à diminuição da expectativa de vida. O excesso de peso é considerado a segunda maior causa de morte evitável, atrás apenas do tabagismo.

Como saber se seu peso é saudável?

O peso na balança não deve ser considerado o mais importante indicador de sobrepeso, pois não leva em conta o peso dos músculos e ossos, que contribuem para o número que se vê na balança. O músculo é mais pesado do que a gordura – senão, halterofilistas, boxeadores e jogadores de rúgbi seriam considerados obesos.

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O cálculo matemático do Índice de Massa Corporal (IMC), que mede o peso relativo à altura, antes considerado a principal métrica, atualmente é visto como uma ferramenta limitada. Medições adicionais, como a circunferência da cintura ou exames de densidade óssea e massa muscular, são aconselhados para ter uma interpretação mais completa da composição corporal.

Para calcular o IVC deve-se dividir o peso (em quilos) pelo quadrado da altura (em metros). Como exemplo, imagine um homem com 1,70 de altura e 75 kg de peso:

75 / 1,70² = 75 / 2,89 = 25,9

Segundo a tabela no site da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), o IMC ideal está situado entre 18,6 e 24,9. Entre 25 e 29,9 passa a ser considerado sobrepeso. Índices a partir de 30 indicam os vários graus de obesidade (de 1 a 4), que vão progredindo desde sinal de alerta até grave perigo de doenças. Faça aqui o cálculo do seu IMC no site da Abeso.

Na medida da circunferência abdominal, deve-se medir a cintura com uma fita métrica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a medida igual ou superior a 94 cm em homens já aumenta o risco de doenças.

Homem No Espelho - medida da circunferência abdominal

Como prevenir e diminuir o excesso de peso

A dobradinha obrigatória para quem já está acima do peso ou quer evitar engordar é dieta (para diminuir a ingestão de calorias) e atividade física regular.

O chamado déficit calórico — consumir menos calorias do que se gasta na soma das tarefas diárias e dos exercícios físicos — é a estratégia número 1 para emagrecer. Não significa só “fechar a boca”, mas calcular a quantidade exata de calorias a cortar da dieta, em vez de confiar apenas na intuição do que engorda ou não. Para saber mais sobre o déficit calórico, leia aqui o post.

Capriche na alimentação: evite ao máximo comidas gordurosas, doces, refrigerantes, alimentos prontos e porcarias e reforce o consumo de proteína, carnes magras, legumes, frutas, verduras, pães e massas feitos de cereais integrais.

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Pratique uma atividade física pelo menos 3 vezes por semana. Os exercícios aeróbicos, tanto dentro da academia (esteira, bike, transport) quanto fora dela (corrida, caminhada, ciclismo), são importantes para queimar as calorias extras. A musculação também é indicada, pois queima gordura e não apenas aumenta o tamanho mas também o peso dos músculos, fazendo com que o corpo gaste mais calorias nas atividades cotidianas.

Para tratar a obesidade, desde a leve, o ideal é consultar um nutricionista, para promover ajustes alimentares, ou um médico clínico geral endocrinologista, para prescrição de medicamentos para ajudar no emagrecimento.

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