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Mesmo quando as coisas rolam bem na cama, adotar novas atitudes aprimoram as qualidades do bom amante — aquele que sabe dar e receber prazer.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
O que é bom pode ficar ainda melhor. Essa é uma máxima que vale também para o sexo. Mesmo quando as coisas rolam bem na cama, dá para adotar novas atitudes que aprimoram as qualidades do bom amante — aquele que sabe dar e receber prazer.
Subir de patamar nas relações sexuais não significa virar uma máquina de sexo, nem um atleta sexual. Tudo o que se precisa é abrir a mente.
Saber expressar e comunicar preferências e fantasias, conhecer melhor os pontos erógenos do próprio corpo, se dispor a experimentar coisas novas na cama são algumas formas de melhorar o desempenho. Que funcionam especialmente nas relações estáveis, mas também no sexo casual com novos parceiros.
Fale abertamente sobre preferências
Muita gente tem dificuldade em falar aberta e honestamente sobre sexo com os parceiros, principalmente em relacionamentos estáveis. Às vezes já se tentou antes e a conversa não rolou muito bem. Ou sente-se receio de dizer algo errado e ferir sentimentos. Porém o mais comum é não se abrir sobre as próprias preferências na cama, acreditando que a(o) parceira(o) deve adivinhar o que se gosta no sexo.
Para que haja sintonia no sexo, ambos os parceiros devem assumir a responsabilidade pelo próprio prazer e deixar claro o que querem, precisam e desejam, em vez de esperar que a outra pessoa leia mentes.
Falar sobre sexo pode ser desconfortável no começo, mas não precisa ser. Comece uma conversa sem pressão indagando sua(seu) parceira(o) sobre suas preferências e fantasias. Descubra o que mais (a)o excita e também seja franco sobre aquilo que gosta. Esse jogo de comunicação pode até funcionar como preliminar, despertando tesão para uma boa transa na sequência.
Essa conversa geralmente é mais fácil em um relacionamento estável ou com parceiros sexuais conhecidos. Nem sempre é possível ter essa discussão em uma experiência de sexo casual, mas sempre dá para se passar mensagens até sem palavras.
Invista em preliminares demoradas
Para muitos homens sexo é sinônimo de penetração. É quase como achar que um jogo de basquete se resume a enterrar a bola na cesta. O basquete envolve muito mais do que finalizações espetaculares — e o ato sexual também.
Uma das principais queixas das mulheres é que os homens se apressam para a penetração antes que elas se sintam prontas. Ou seja, eles correm para o gol antes de fazer umas jogadas decisivas. Depois de uns beijos, umas carícias nos seios, acham que já podem avançar para o sexo genital.
Ao contrário dos homens, que logo ficam prontos para a ação, a imensa maioria das mulheres precisa de um esquenta para entrar no clima e chegar ao nível de excitação necessário para chegar ao orgasmo. As brincadeiras prévias levam à lubrificação da vagina, importante para evitar desconforto ou dor na penetração, mas essa necessidade de tempo é mais do que puramente física, já que a mulher, também ao contrário do homem, valoriza a sensação de ser desejada.
Prolongue as carícias, brincadeiras, beijos, sexo oral… Para as mulheres, o sexo oral (cunnilingus) nas preliminares pode ser muito importante, já que, segundo pesquisas, 80% delas não conseguem chegar ao orgasmo com a penetração rápida que os homens gostam. Mas não se concentre exclusivamente nos genitais dela — nem nos seus. Tirar o foco do pênis ajuda também a prolongar o ato e evitar ejacular antes da hora.
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Não transe como um ator pornô
Estudos mostram que a maioria dos homens obtém grande parte de sua educação sexual na pornografia — e ela quase sempre ensina a fazer sexo de forma errada. Os vídeos pornôs podem, sim, ser instrutivos, mostrando posições e técnicas que ajudam a aumentar e melhorar o repertório sexual. O problema é querer reproduzir o roteiro na vida real e tomar como referência o desempenho dos atores (sim, são atores).
A pornografia pode moldar nossa mentalidade de tal forma que nos sentimos inferiores por não conseguir performances espetaculares, manter a ereção e “bombar” por horas a fio, controlar e segurar o gozo ou, ainda, gozar várias vezes. Querer se igualar a um profissional de sexo pode abalar a autoestima até de homens que têm bom desempenho sexual.
Além disso, a pornografia é 90% genital — predominantemente sexo oral e penetração — e beijos, carícias e preliminares são apenas uma rápida introdução para a penetração vaginal ou anal. Para um sexo incrível, faça o oposto do que vê no pornô. Em vez da proporção típica dos vídeos — 5% de preliminares e 95% de sexo oral e penetração —, mude para algo como 60% de preliminares e 40% de sexo genital.
Conheça seus pontos de prazer
O corpo inteiro é um playground erótico. O problema é que muita gente não conhece e não explora como deveria as zonas erógenas espalhadas da cabeça aos pés. As mulheres não conhecem o corpo do homem, os homens não conhecem o corpo da mulher e nem o próprio corpo.
Conhecer seu corpo é fundamental na relação com outros corpos. Antes de se conectar com um parceiro, é preciso primeiro se conectar consigo mesmo. Os homens tendem a focar seu prazer só no pênis, esquecendo que mamilos, sovacos, testículos, ânus e períneo (entre o escroto e o ânus) são lugares que devem ser mais explorados (para saber mais sobre os pontos erógenos do corpo masculino, clique aqui).
A exploração do próprio corpo na masturbação pode revelar lugares interessantes onde se gosta de ser tocado, informação valiosa para usar no sexo com as(os) parceiras(os) de cama. A masturbação permite conhecer melhor as próprias preferências sem a distração ou a pressão de estar com outra pessoa na cama.
Esteja aberto a experimentar coisas novas
Não tenha medo de se divertir! Experimentar algo novo, mesmo que seja só uma posição diferente, pode ajudar a alcançar novos patamares na cama. Salvo raras exceções, todo mundo tem vontade de tentar coisas novas e realizar fantasias.
Não se trata de fazer o que não curte, nem de topar satisfazer taras e bizarrices sexuais alheias. Mas simplesmente de se abrir a experiências, saber se adaptar e se deixar levar. Às vezes você acha que não gosta de alguma preliminar, técnica ou posição e na prática descobre que não é nada demais. Daí pensa: “Caramba, por que nunca fiz isso antes?”. Fique aberto às possibilidades.
Mas se estiver pensando em tentar algo um pouco excêntrico, certifique-se de que ambos tenham um bom entendimento sobre seus limites.
Não coloque o orgasmo como objetivo do sexo
Somos condicionados a acreditar que o sexo só é bom quando se tem um orgasmo. É verdade que gozar pode ser o ponto alto de prazer, mas não é o único nem o mais importante aspecto da experiência sexual. Sexo é um momento de conexão, intimidade, exploração e descoberta, independentemente de se ter um orgasmo ou não.
A ansiedade e a expectativa de gozar pode inclusive impedir que se goze, já existem muitos motivos pelos quais você ou seu parceiro podem não chegar lá em uma ocasião ou outra — e isso é normal.
Pode ser igualmente prazeroso praticar masturbação mútua, se massagear ou simplesmente se beijar nus no sofá como adolescentes, sem a pressão de ter obrigatoriamente que gozar. E se o orgasmo acontecer, maravilha!
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