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O álcool age como uma substância tóxica no organismo, com efeitos imediatos no cérebro. E os estágios de intoxicação alcoólica seguem um padrão de acordo com a concentração no sangue.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Atire a primeira pedra quem nunca sentiu as consequências de tomar umas doses a mais: cabeça fora do lugar, vexame, vômito e — é claro — ressaca no dia seguinte. Tudo isso acontece porque o álcool age como uma substância tóxica no organismo, com efeitos imediatos no cérebro. Se nas primeiras doses as bebidas alcoólicas têm efeito estimulante e relaxante, nos copos seguintes essa ação passa a ser depressiva do sistema nervoso, com ação severa sobre a fala, a coordenação motora, o raciocínio e o bom senso.
O fígado é responsável por 90% da metabolização do álcool etílico. O órgão, porém, só é capaz de processar cerca de 10 gramas do composto por hora — aproximadamente 1 lata de cerveja, 1 taça de vinho ou 1 dose de 50 ml de destilado (cachaça, uísque, vodca, gim etc). Quanto mais copos e mais rápido a gente bebe, menos tempo e capacidade o órgão tem para desempenhar sua função.
A resistência ao álcool varia de pessoa para pessoa, de acordo com peso, altura, idade, gênero, raça, quantidade de alimento no estômago e, claro, costume de beber. Mas os estágios de intoxicação alcoólica seguem um padrão de acordo com a concentração de etanol no sangue.
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Fase 1: relaxamento e bem-estar
A primeira e segunda doses proporcionam sensação de relaxamento e desinibição, sem nenhum grande prejuízo de comportamento. Há maior liberação de dopamina, neurotransmissor que provoca sensação de bem-estar.
Fase 2: comportamento exagerado
As doses seguintes fazem o julgamento começar a ficar prejudicado e o comportamento se tornar exagerado — é comum falar mais alto, gesticular e começar a dizer bobagens. Iniciam-se alterações das habilidades motoras — exemplo típico é a dificuldade de colocar a chave na fechadura —, as reações ficam mais lentas e perde-se um pouco do senso de perigo.
Fase 3: primeiros sinais de embriaguez
Já há comprometimento de fala e visão, da coordenação motora, do equilíbrio e dos tempos de reação: nesse nível, já é extremamente perigoso dirigir. Diminui também a capacidade de julgamento, autocontrole e raciocínio. É nessa fase que aumentam as idas ao banheiro: a ação do álcool no cérebro inibe a liberação do ADH, o hormônio que controla o volume de água eliminado na urina pelos rins.
Fase 4: perda de autocontrole
O nível alto de álcool no sangue desestabiliza o sistema neurológico. A fala fica arrastada, a visão turva, perde-se o equilíbrio e o bom senso. Pode se manifestar disforia — instabilidade de humor acompanhada de inquietude ou reações de cólera ou agressividade. A completa inibição do ADH leva a urinar a toda hora, iniciando um processo de desidratação. Por isso é importante manter-se hidratado, intercalando um copo de bebida alcoólica e um copo de água.
Fase 5: bebedeira total
Aplica-se o termo “completamente bêbado”. O álcool compromete as funções cerebrais mais básicas: a visão fica dupla, a fala sem nexo, aumenta a instabilidade emocional. Torna-se impossível caminhar sem tropeçar ou cair, aumentando o risco de quedas, e a pessoa pode não perceber que se machucou, pois a sensação de dor é entorpecida. É o estágio em que se costuma “capotar” e “apagar” na cama. Também são comuns náuseas e vômitos: o organismo intoxicado tenta desesperadamente expulsar pelo vômito o excesso de álcool que o fígado não consegue metabolizar.
Fase 6: colapso dos sentidos
Nessa fase, a concentração de álcool no sangue é perigosamente alta e a sensação é de atordoamento, confusão e desorientação total. Já não se consegue atender aos comandos cerebrais e as respostas aos estímulos externos estão comprometidas. Podem ocorrer desmaios e até de controle da bexiga. Começa o risco do coma alcoólico.
Fase 7: apagão total
O cérebro e o sistema nervoso deprimidos pelo álcool já não comandam corretamente os órgãos vitais. Durante o coma alcoólico, há perda total de consciência e alterações da respiração, da pressão arterial e da frequência de batimentos do coração, que podem evoluir para insuficiência respiratória, parada cardíaca e morte. Um dos grandes riscos é asfixia pelo próprio vômito enquanto inconsciente.
A ressaca é consequência da intoxicação do organismo quando o fígado sobrecarregado não dá conta do esforço do metabolismo do álcool, e libera substâncias tóxicas que chegam a outras partes do organismo por meio da corrente sanguínea, provocando mal-estar, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, cansaço, sede e sensibilidade à luz.
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