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Convicções negativas que se tem sobre si mesmo minam o amor próprio e causam prejuízos à saúde mental, por gerar frustração e insatisfação.

Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Autoestima é o valor que se atribui a si mesmo, com autoconhecimento e autorrespeito. Mas existem crenças mentais e emocionais negativas que têm o poder de arruinar o amor próprio.
Convicções e juízos como a autocrítica excessiva, o perfeccionismo e a comparação constante com outras pessoas minam a autoestima. Também arruinam a saúde mental a autosabotagem, a busca constante pela aprovação alheia e a negligência do autocuidado.

Uma autoestima saudável permite acreditar no próprio potencial, aceitar suas qualidades e imperfeições e se valorizar de forma justa e realista.
Veja algumas crenças que prejudicam a visão de si mesmo e causam ansiedade e depressão.
Excesso de autocrítica

Criticar-se duramente por cada erro e minimizar as conquistas e habilidades pessoais. A autocrítica excessiva é uma voz interna que se torna um carrasco que julga, compara e desvaloriza, colocando em dúvida as próprias capacidades. Em vez de ser uma guia e uma ferramenta de crescimento, que ajuda a refletir sobre erros e melhorar, a autocrítica vira um mecanismo de punição que pode levar a um ciclo de ruminação sobre falhas e à ansiedade e depressão.
Busca por aprovação

É a busca de validação externa para se sentir bem e tomar decisões. Para definir o próprio valor e a identidade é preciso o reconhecimento dos outros. Adota-se opiniões e escolhas só para agradar. O estado de espírito varia conforme o feedback recebido: elogios trazem euforia e críticas provocam tristeza e desvalorização. Em casos extremos, a valorização da opinião alheia leva a modificar sua identidade, não ser espontâneo por medo de rejeição e críticas e tentar ser simpático e aceitar opiniões diferentes para evitar conflitos: há dificuldade em dizer “não”. Essa necessidade de aprovação pode se originar de experiências passadas, como a falta de reconhecimento na infância e gera dificuldade de desenvolver um senso de identidade autêntico.
Comparação constante

Comparar-se com os outros, na vida real ou nas mídias sociais, gera sentimentos de frustração e inveja. Por mais bem resolvido que se seja, a sensação é a de que a grama do vizinho é sempre mais verde. O hábito de se comparar constantemente com os outros pode levar a sentimentos de inadequação, fazendo com que as próprias vitórias pareçam pequenas ou insignificantes. Na comparação com outros homens em mídias como Instagram e TikTok, esquece-se que esses conteúdos são editados e a vida de ninguém se resume a viagens e prazeres.
Perfeccionismo extremo

Necessidade incontrolável de atingir padrões excessivamente altos. A pressão por ser perfeito leva à autocrítica dura e à insatisfação, mesmo nos resultados bem-sucedidos, achando que podia ser melhor. Enxerga-se os resultados em termos absolutos: ou são perfeitos, ou são um fracasso total. O extremo perfeccionismo pode levar a se evitar situações por medo de não ser perfeito e limitar a exploração de novos potenciais. A exigência de altos padrões vale tanto para si quanto para os outros. Essa busca constante pela perfeição leva a um ciclo de autocrítica intensa, ansiedade, estresse e insatisfação.
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Autosabotagem

Sabotar-se em situações de sucesso, por não se sentir merecedor das conquistas. Comportamentos de autossabotagem são alimentados por pensamentos como “não sou capaz” ou “não mereço ter sucesso”. Cria-se obstáculos para si mesmo, de forma consciente ou inconsciente, impedindo o progresso pessoal. Pode se apresentar como procrastinação, desorganização, autocrítica pesada e dificuldade em lidar com o sucesso. Frequentemente tem raízes em interpretações negativas de experiências passadas, medo de fracassar, crenças de não merecimento ou receio de assumir responsabilidades.
Negligência de autocuidado

Não cuidar de si mesmo e ignorar suas necessidades físicas e emocionais. Em geral se traduz por alimentação ruim, falta de exercício, desleixo com a saúde e aparência e, às vezes, isolamento social. Ao negligenciar as próprias necessidades, envia-se uma mensagem inconsciente para si mesmo de que não é importante ou merecedora de cuidado.Cria-se um círculo vicioso em que a falta de cuidado consigo mesmo diminui o amor próprio, e a baixa autoestima, por sua vez, reforça a falta de cuidado. O relaxamento com a aparência contribui para o desprazer ao se ver no espelho e a vontade de se esconder, fortalecendo a baixa autoestima.
Desvalorização de virtudes

Pudor em reconhecer as próprias qualidades e talentos e achar que exteriorizá-las ou afirmá-las é sinal de orgulho, vaidade ou narcisismo. Um mérito ou dom é percebido na cabeça como algo banal ou trivial. Não há nada de errado em reconhecer os próprios talentos, ao contrário, é preciso conhecer qualidades para saber no que é bom para contribuir com a família, amigos e colegas. Também é preciso conhecer os próprios defeitos pelo mesmo motivo, mas é importante não focar apenas no lado negativo.
Depreciação do próprio corpo

Significa alimentar a negatividade no modo de se enxergar e julgar seus próprio atributos físicos. Sofrer ao se comparar com outros do convívio ou das mídias sociais por não se enquadrar nos padrões de beleza. Por mais bem resolvido que um homem seja, não se encaixar nos parâmetros de forma física pode desequilibrar sua saúde mental, gerando insegurança, ansiedade, depressão e obsessão por treino e dieta. Isso leva a hábitos não saudáveis, como treinar à exaustão, se entupir de suplementos, seguir dietas extremas e usar esteroides.
Procrastinação

Deixar tarefas importantes para depois pode gerar sentimentos de incapacidade e ansiedade. Mas procrastinação não é necessariamente preguiça. É tentador fugir das inseguranças relacionadas a algumas atividades, para evitar estresse e ansiedade. A procrastinação não é um problema de gerenciamento de tempo, e sim de regulação das emoções. Por isso existem tantas pessoas esforçadas que, volta e meia, se veem adiando tarefas importantes. Mas em seguida a culpa aparece, prejudicando a autoestima.

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