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Quase a metade dos homens está descontente de alguma forma com sua aparência e muitos têm baixa autoestima por não se enquadrar no ideal do corpo forte e musculoso.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Quando um homem se olha no espelho e se sente insatisfeito com sua imagem não está sozinho. Pelo contrário. Quase a metade dos homens não está feliz com seu corpo. Um estudo internacional revelou que 43% dos homens estão descontentes de alguma forma com sua aparência.
Por que é tão difícil gostar do próprio corpo?
Ainda prevalece a exaltação do corpo masculino forte e musculoso nas mídias sociais, em filmes de super-heróis e na publicidade de roupas, cosméticos e perfumes, mas apenas uma porcentagem mínima de homens naturalmente se enquadra nesse ideal. Muitos se sentem inseguros ou constrangidos sobre seus corpos, desenvolvendo problemas psicológicos de autoimagem e autoestima.
Por mais bem resolvido que um homem seja, não se encaixar nos parâmetros de forma física pode desequilibrar sua saúde mental, gerando insegurança, ansiedade, depressão e obsessão por treino e dieta.
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Muitos homens encaram os conteúdos de fitness como inspiradores e motivacionais, mas outros os enxergam apenas como pressão e intimidação. Essa influência leva a hábitos não saudáveis, como treinar à exaustão, se entupir de suplementos, seguir dietas extremas e usar esteroides.
Autoimagem e autoestima
A insatisfação com o corpo tem origem na autoimagem (modo como o homem se enxerga e julga seus atributos físicos). Essa percepção reflete na autoestima (o juízo de valor que dá a si mesmo, com base em suas qualidades e defeitos).
A autoimagem é a representação mental que o indivíduo constrói de si mesmo, baseado na própria percepção e nas opiniões alheias. Alimentada de forma positiva ou negativa pelas experiências de vida, essa visão de si pode ser distorcida e não ser a mesma que o espelho mostra ou que outras pessoas enxergam. É diferente da autoestima, que significa o julgamento que se faz de si mesmo, a crítica sobre aparência, personalidade e comportamentos. Uma autoimagem rigorosa e severa costuma resultar em baixa autoestima.
Entretanto, a concepção interna e particular sobre os próprios defeitos e qualidades se interliga a pontos de vista coletivos, de acordo com o grupo social. Em relação ao corpo, é a razão por trás da comparação com outros indivíduos do seu convívio. Certos grupos como jovens, gays e esportistas são ainda mais vulneráveis às pressões por beleza e atratividade, por estarem frequentemente em situações em que são julgados (ou acham que são julgados) pela aparência.
Positividade corporal vs. neutralidade corporal
Inúmeras campanhas e mobilizações exaltam a beleza de todos os tipos físicos, incentivando a “positividade corporal”. Mas para muitos homens ainda parece fora de alcance a ideia de gostar de sua aparência de acordo com bordões como “seu corpo é lindo do jeito que é”, que podem soar irrealistas. Como se consegue “amar” incondicionalmente o corpo quando se está fora dos celebrados padrões de beleza?
Se alguém não se sente realmente confiante e satisfeito com seu corpo, tentar desenvolver a todo custo a positividade com autoelogios pode até desencadear a síndrome do impostor — a crença de que se conquistou algo que não se merece — a ponto de sentir uma fraude.
A bandeira da “positividade corporal” progrediu para a perspectiva mais viável e realista da “neutralidade corporal”. Ela propõe renunciar a julgamentos radicais sobre aparência — sejam bons ou ruins —, para que ela não seja o foco central da vida. Como alternativa à batalha para desenvolver sentimentos amorosos sobre o corpo, a neutralidade corporal propõe sair desse enfrentamento, defendendo que potencial de ter felicidade e satisfação na vida vai muito além da aparência. Não importa se você acha seu corpo bonito ou não.
Superar sentimentos negativos sobre o próprio corpo pode ser uma empreitada árdua e lenta. Pode-se ter alimentado uma autoimagem negativa desde a infância ou adolescência. Modificá-la para melhor pede tempo e esforço.
Comece por não se sentir pressionado a somente afirmar “positivismo” irrestrito sobre suas características físicas e procure entender seus sentimentos negativos. Reconheça-os ao invés de negá-los e deixe que se dissipem, até mesmo mentalizando-os como nuvens passageiras. Observe-os flutuar para longe enquanto muda para o próximo pensamento ou tarefa.
Coloque metas de exercícios e alimentação que enfatizem saúde, vitalidade e bem-estar (diminuição do estresse, ganho de agilidade, resistência e condicionamento cardiorrespiratório) e não só o visual. Faça um pacto consigo mesmo para tratar seu corpo com respeito, o que inclui comer bem e não embarcar em rotinas de exercícios punitivos, dietas da moda ou uso de drogas.
Não importa como começar a jornada: apenas lembre-se de que o objetivo não é nutrir amor incondicional a seu corpo, mas não deixar que a aparência sejam o foco principal da vida.
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