Worklover ou workaholic? Como você é no trabalho?

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Sentir prazer em trabalhar e dar o seu melhor conta pontos no currículo e na carreira. Mas a compulsão por trabalho pode fazer alguém descer ao fundo do poço — não a subir na vida.

Homem No Espelho - Worklover ou workaholic: como você se relaciona com o trabalho

Por Wilson Weigl

Foto: Deposit Photos

O culpado foi Adão. Se não tivesse comido a maçã para se dar bem com Eva, não teria sido condenado pelo Todo-Poderoso a “ganhar o pão com o suor do rosto”. E ele e sua descendência (nós todos) estaríamos até hoje no Paraíso. Mas, enfim, nós todos (quase, todos) temos que trabalhar e estabelecer uma relação de amor e ódio com nosso ganha-pão. Daí entramos numa área nebulosa: nossa relação com o trabalho é saudável ou uma compulsão que nos impede de desfrutar a vida?

Workaholic e worklover são comportamentos profissionais bastante semelhantes à primeira vista. No entanto, o primeiro pode ser muito prejudicial, enquanto o segundo é totalmente saudável e pode ajudar a ter sucesso.

Hoje o trabalho se entrelaça com nossa vida particular por conta de e-mails, videochamadas ou mensagens de whatsapp fora de hora. Isso acontece com praticamente todo mundo e até certo ponto é normal, por ser uma característica da atual dinâmica de trabalho. Mas sempre devem existir limites.

Homem No Espelho - Worklover ou workaholic: como você se relaciona com o trabalho

Você com certeza conhece um workaholic: alguém que não se desliga do trabalho, coloca em segundo plano a convivência com familiares e amigos e sempre arranja uma desculpa para sacrificar o lazer e resolver alguma “pendência”. Mesmo fora do ambiente de trabalho ele sempre traz para as conversas temas relacionados aos negócios.

O conceito de workaholic acabou sendo distorcido e erroneamente nomeia alguém que trabalha muito. Até há quem orgulhosamente se autodenomine workaholic, por acreditar que esse é um comportamento profissional vantajoso.

E você é ou conhece um worklover? Como o nome já diz, ele sente paixão e prazer por seu trabalho, coloca nele grande parte da sua energia, mas tem noção do equilíbrio que deve haver entre vida profissional e pessoal.

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Como identificar um workaholic? 

As pistas são fáceis de notar: o workaholic geralmente fica mais do que precisa no trabalho, leva serviço para casa, checa o e-mail a toda hora e sacrifica o lazer para “adiantar” algum serviço (que às vezes nem é tão urgente).

Frequentemente o workaholic tem autoestima exagerada e é altamente competitivo. Valoriza qualidades profissionais (competência, rapidez na execução de tarefas, agilidade na toma de decisões etc) em detrimento das virtudes pessoais. Sempre dá o melhor de si, mas exige reconhecimento, e também não sabe receber críticas ou ficar em segundo lugar.

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Como identificar um worklover? 

O worklover não se acanha frente à quantidade de trabalho e às horas extras, mas encara tudo como responsabilidades que fazem parte da profissão ou do cargo. Entretanto, não abre mão do lazer e do convívio com família e amigos (ainda que possa introduzir nas conversas assuntos de trabalho, pois é um de seus grandes interesses).

Sabe que o excesso se reflete em conflitos nos relacionamentos pessoais e em efeitos nocivos à sua saúde e seu bem-estar. Quando percebe que sua rotina está exagerada e pode afetar sua saúde, tenta relaxar e sempre se preocupa em manter mente e corpo funcionando para dar o melhor de si.

Trabalhar demais é sintoma de ser workaholic?

Não, porque hoje as empresas encolheram, tem menos funcionários e as pessoas acumulam funções. Não há problema em ter que trabalhar além da carga diária, avançar no horário de saída, desde que esporadicamente, em situações urgentes, quando é necessário, não por vontade própria. Quando se extrapola sempre a carga horária ou as atribuições, é momento de refletir se é a empresa que o aprisiona ou se não é você mesmo que voluntariamente se aprisiona a ela.

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Ser workaholic é um problema psicológico?

A compulsão por trabalho é considerada um distúrbio de comportamento, não muito diferente do vício em álcool ou drogas. Sintomas são sensação de isolamento, insônia, mau humor, agressividade e depressão. Muitas vezes causa problemas de saúde e até interfere na vida sexual, ao diminuir a libido — como ter tempo para pensar em sexo?

O workaholic é o funcionário ideal?

Ter em seu quadro de funcionários workaholics seria o sonho de consumo para qualquer empresa? Não, ao contrário, pode ser até prejudicial para a empresa. Inicialmente pode ser interessante, pois a velocidade dos resultados é satisfatória, porém esse profissional sofrerá um inevitável desgaste emocional, pelo isolamento e dificuldade de relacionamento com os colegas, comprometendo seu entrosamento e o desempenho de sua função.

Como ser um worklover e não um workaholic

A chave é procurar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, buscar valorizar mais os momentos de lazer e perceber que o descanso é fundamental para a melhoria do desempenho e a busca de novas ideias que podem potencializar os resultados no trabalho.

É raro um workaholic se dar conta sozinho de que não apenas ama o que faz, mas tem um comportamento compulsivo e prejudicial. Não adianta trabalhar em excesso só por trabalhar. É preciso parar de trabalhar até para poder trabalhar melhor. É essencial ter consciência de que a vida tem muitos outros aspectos importantes além da profissão.

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