Perda de tesão: por que não dá vontade de fazer sexo?

É normal o desejo sexual aumentar ou diminuir em algum período. O problema é a libido não andar lá essas coisas por muito tempo, contra nossa vontade.

Por Wilson Weigl

A sociedade cobra que o homem seja uma máquina sexual, esteja pronto para fazer sexo sempre que cobrado, tome a iniciativa etc etc etc. Mas é normal que o desejo de fazer sexo aumente ou diminua durante determinado período. Às vezes ficamos na “seca” porque a cabeça está tão ocupada com outros assuntos que até falta tempo para pensar em sacanagem. O problema é quando a libido não anda lá essas coisas por um longo tempo, contra a nossa vontade, ou por motivos desconhecidos.

A baixa do desejo sexual é um dos principais problemas que levam os homens aos consultórios médicos. Ela pode ocorrer totalmente ou parcialmente, mas quase sempre gera consequências, como crises nos relacionamentos estáveis, perda da autoconfiança e insegurança e na busca de novos parceiros. O transtorno pode até evoluir para um distúrbio maior, a dificuldade de ter ou manter a ereção.

Perda de tesão - queda de libido - menos sexo - Homem No Espelho

“As principais causas da falta de libido são a diminuição do hormônio sexual testosterona e o aumento da prolactina, hormônio feminino que o homem tem em menor quantidade”, afirma Emilio Sebe Filho, especialista em urologia e fundador da Lifemen, rede de clínicas especializadas em saúde sexual masculina. Só que, muitas vezes, o problema é causado por outros problemas, por assim dizer, que impactam o desejo sexual.

Estresse, depressão, ansiedade, excesso de peso, abuso de bebidas e drogas, tudo isso tem reflexos no organismo e no comportamento, porque mente e corpo andam sempre juntos. “A melhor forma de se realizar o diagnóstico da queda da libido é consultar um médico e fazer exames para medir os níveis de testosterona e, também, avaliar outra possível origem do problema”, explica Emilio.

Confira os 10 principais fatores que afetam a libido masculina e podem provocar falta de desejo sexual, em maior ou menor grau.

Excesso de peso

A obesidade compromete a saúde em todos os sentidos e afeta diretamente o desejo sexual de duas formas. A primeira é em nível físico, porque o excesso de gordura altera o funcionamento da glândula tireoide, aumenta o nível do colesterol e dos triglicérides no sangue e predispõe ao diabetes. Tudo isso pode causar queda de testosterona, segundo o médico.

A segunda maneira é em nível psicológico, quando o indivíduo não aceita o próprio corpo por estar muito acima do peso, perde a autoestima e a autoconfiança e, consequentemente, a vontade de se relacionar sexualmente com outras pessoas.

A única forma de perder peso é queimar gordura corporal. Adotando aquela fórmula conhecida por todo mundo: exercício físico + dieta. E, em casos mais graves, consultando um médico também.

Estresse

Em inúmeros casos o estresse é o principal responsável pela diminuição do desejo sexual. A energia é tão direcionada na luta contra os problemas do dia-a-dia que o indivíduo acaba perdendo o interesse por sexo. O excesso de preocupação e tensão não só baixa a libido e detona o tesão como também pode prejudicar a ereção, por causa da química dos neurotransmissores cerebrais, como o hormônio do estresse.

Em alguns casos, o estresse crônico também pode resultar na redução dos níveis de testosterona, diz o médico.

Relaxar e afastar da mente as questões do dia-a-dia é fundamental para a libido. Encontre a forma de relaxamento que funciona para você: atividade física, meditação, exercícios de respiração ou ioga, por exemplo.

Depressão

A depressão causa falta de apetite, perda de energia, dificuldade em fazer tarefas cotidianas, isolamento e afastamento das pessoas, sentimento de culpa e insatisfação consigo mesmo. Não precisa nem pensar muito para saber a que ponto chega a influência do quadro depressivo na perda da libido. Como pensar em sexo e diversão quando a gente acha que a vida é
é inútil e sem sentido?

Estados depressivos curtos e temporários às vezes são normais, mas a depressão crônica é uma doença que precisa ser tratada. Dependendo do estágio, pode-se recorrer à psicoterapia ou a medicamentos. Por isso é importante procurar ajuda especializada para evitar que ela se agrave e comprometa ainda mais a alegria de viver e os prazeres do sexo.

Ansiedade

Quem sofre de ansiedade crônica pode apresentar menos interesse sexual, em virtude do estado psicológico.

A ansiedade causada pelo excesso de expectativa ou medo de falhar durante a relação libera os hormônios do estresse. A descarga de adrenalina no organismo dificulta o relaxamento do músculo peniano e a entrada do sangue que provoca a ereção. Enquanto a adrenalina estiver circulando, o pênis não fica totalmente duro. O medo de que a situação se repita desencadeia o mesmo processo ansioso que leva à broxada.

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Cigarro

O habito de fumar pode não ter uma relação imediata de causa e efeito com a perda do tesão, mas em longo prazo pode causar disfunção erétil aguda e crônica. As principais substâncias do cigarro (nicotina e alcatrão), após inaladas, caem na corrente sanguínea e são depositadas nos tecidos vasculares do pênis. Ao endurecer as artérias, o cigarro diminui o fluxo do sangue para o pênis e causa dificuldade de ereção.

Segundo pesquisas, fumantes têm 50% mais risco de disfunção erétil do que não fumantes. E entre fumantes que têm o problema, 25% melhora após largar o vício. Para prevenir ou remediar o problema, só há uma forma: largar esse vício.

Medicamentos

Efeitos colaterais de alguns remédios antidepressivos, anti-hipertensivos, anti-histamínicos e analgésicos fortes podem afetar os receptores da serotonina no cérebro, diminuindo drasticamente o interesse sexual, explica Emilio.

Certos antidepressivos, por exemplo, aliviam os sintomas da doença mas fazem baixar a libido. Também remédios antiqueda de cabelo apresentam esse efeito colateral.

Se tiver de tomar algum remédio, pergunte ao médico se ele não vai afetar sua libido. E nunca comece a usar um medicamento por conta própria.

Álcool e drogas

O uso excessivo e elevado de drogas e álcool pode influenciar o equilíbrio de hormônios como a serotonina, a progesterona e a testosterona, causando perda de desejo sexual. Os “estados alterados” também afetam o fluxo sanguíneo e, consequentemente, a ejaculação e a ereção.

A dependência alcoólica pode comprometer o desempenho sexual em curto ou longo prazo, porque bebida em excesso não apenas provoca apenas broxadas episódicas como também contribui para a disfunção erétil, por causa do comprometimento da saúde de modo geral.

Uma bebidinha de “esquenta” quebra o gelo e dá uma força para alguns homens se soltarem no sexo. Mas bastam algumas doses a mais para levar um homem ao fiasco na cama. O efeito relaxante do álcool evolui para depressivo sobre o sistema nervoso central. Por isso, caras bêbados quase nunca conseguem chegar lá.

Queda da testosterona

Com o passar dos anos, os níveis de testosterona e prolactina no homem costumam aumentar e diminuir causando não apenas queda de libido mas também perda de massa muscular e óssea, irritabilidade, indisposição, fadiga e gordura abdominal. Mas nem sempre o menor nível de hormônio é responsável pela falta de interesse por sexo, mesmo em homens mais velhos.

Só o exame de exame é capaz de mostrar se os níveis de testosterona estão mesmo alterados fora da faixa normal. Nesse caso, o urologista pode considerar necessário que se faça reposição hormonal.

Para saber mais porque a testosterona é o “combustível do homem”, clique aqui e leia o post.

Disfunção erétil

Como broxar é um dos piores medos do homem, quando o “equipamento” começa a apresentar falhas contínuas, é comum ele fugir das relações sexuais por medo de passar constrangimento. tende a apresentar falta de desejo sexual. Antigamente chamada de “impotência”, é a dificuldade em alcançar e manter a ereção do pênis para garantir uma penetração satisfatória. O problema ocorre quando o sangue não chega ao pênis em quantidade suficiente para provocar o enrijecimento ou quando não se mantém no órgão pelo tempo necessário. 

Não adianta começar a tomar viagra sem consultar um médico para descobrir a causa da dificuldade de ereção. Até porque a sildenafila (o princípio ativo dos remédios) causa efeitos colaterais e pode ser perigosa para quem tem problemas cardíacos.

Hiperplasia prostática benigna (HPB) 

A HPB nada mais é do que o crescimento excessivo da próstata, que ocorre no decorrer dos anos. Quando o desenvolvimento é excessivo a uretra (canal por onde passa a urina e o esperma) fica comprimida, dificultando a ereção. Os principais sintomas são a necessidade constante e dificuldade para urinar e sensação de que a bexiga está sempre cheia. O problema é comum (e normal) somente a partir dos 50 anos, mas pode levar à disfunção erétil e à queda da libido.

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