Chocolate faz mesmo bem para a saúde? Nem sempre!

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Só os tipos amargo e meio amargo contêm cacau a ponto de serem opções saudáveis, fazer bem para o coração e o cérebro. Branco e ao leite são simples doces.

Modelo: Edu Rodrigues / Foto: Antônio Carlos

Por Wilson Weigl

Chocolate é bom demais. E se diz por aí que ainda faz bem para a saúde. Mas não é bem assim. Só os chocolates com alto teor de cacau (os tipos amargo e meio amargo) contêm flavonoides (substâncias que protegem o coração) e conservam vitaminas e minerais presentes no fruto. Quanto maior o teor de cacau, mais saudável é o chocolate. Os outros tipos (ao leite e branco) são apenas doces. Na versão ao leite, o teor de cacau pode ser tão baixo que nem chega a ser significativo. O branco, então, nem leva cacau (só manteiga de cacau e, às vezes, nem ela).

Chocolate baratinho, então, nunca é uma opção saudável, porque costuma ter gorduras ruins (como as hidrogenadas), péssimas para o coração, além de conservantes.

“Chocolate pode ser saudável desde consumido no tipo certo, com a concentração ideal de cacau, e sem exagero”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Barras e bombons com avelãs, nozes, castanhas e amendoim ( fontes de vitaminas, minerais e gorduras saudáveis) são mais nutritivos. “Apesar de adicionar calorias ao chocolate, as sementes oleaginosas são ricas em ômega 3, que favorece o sistema circulatório, diminui o colesterol ruim e aumenta o bom”, diz a médica. “O benefício nutricional vai depender do tipo e da qualidade do chocolate, mas a presença das oleaginosas ajuda a ‘enriquecer’ o doce”.

Veja as diferenças entre os vários tipos de chocolate, segundo Aline Lamaita.

Chocolate amargo

É o chocolate mais saudável. Mas tem que conter no mínimo 70% de cacau. “Os flavonoides do cacau têm ação antioxidante, que combate danos nas células do corpo, e também anti-inflamatória, que previne a formação de placas de gordura nas artérias e diminui o risco de doenças cardíacas”, explica a médica. “Esses flavonoides também reduzem o mau colesterol (LDL), aumentam o bom colesterol (HDL) e evitam o envelhecimento da pele”, completa.

Segundo estudos, o tipo amargo melhora o funcionamento cerebral porque suas substâncias estimulantes (cafeína e teobromina) estimulam o fluxo sanguíneo para o cérebro.

Mas não vale comer quilos. “A porção recomendada é de 30 g ao dia; portanto uma barra de chocolate deve durar, em média, uma semana para que seus benefícios podem ser aproveitados ao máximo”.

Chocolate meio amargo

Com concentração de cacau acima de 40%, esse chocolate tem mais açúcar que a versão amarga, mas também traz benefícios antioxidantes e anti-inflamatórios. “É uma opção para quem não gosta da versão amarga. Também é necessário ficar de olho na porção diária, também de 30 g.

Chocolate ao leite

Tem pouca quantidade de cacau (entre 10 e 25%) e não traz benefícios à saúde. Também não traz malefícios, a não ser que seja consumido em exagero. “Açúcar e gordura estão relacionados a obesidade, diabetes, aumento de colesterol e o processo de aterosclerose (acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias), que causa infarto e derrame”, explica Aline. “Esse tipo de chocolate deve ser consumido com parcimônia, em doses pequenas.

Chocolate branco

Na verdade não leva chocolate, só manteiga de cacau (a gordura obtida das sementes durante a fabricação). Por isso é mais calórico e rico em gorduras. O problema é que alguns brancos nem sequer são feitos com manteiga de cacau e, sim, com óleos vegetais hidrogenados, os piores que existem. “A gordura hidrogenada aumenta o mau colesterol (LDL) e diminui o bom colesterol (HDL). Por isso, mesmo se você optar por esse tipo de chocolate, vale a pena checar o rótulo”, sugere a médica.

Por ser cheio de açúcar e gordura (mesmo a manteiga natural do cacau), o tipo branco não ajuda em nada ao coração; ao contrário, pode colaborar para o aparecimento de doenças circulatórias. “É um tipo de chocolate que deve ser consumido com muita restrição”, afirma Aline.

Chocolate diet

Eles podem não ser tão saudáveis quanto se pensa, pois para compensar a diminuição da quantidade de açúcar os fabricantes aumentam o teor de gordura, para o chocolate não perder sabor. Por isso, não são uma opção óbvia para quem quer perder peso. “Seu consumo é indicado para quem tem diabetes e, mesmo assim, uma boa lida no rótulo é essencial”, alerta a cardiologista.

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