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A gente vive cheio de tesão o ano todo, pensa em sexo inúmeras vezes por dia. Todo homem precisa saber se proteger das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Por Wilson Weigl
Quanto mais sexualmente ativo for, mais o homem tem de encarar o risco das doenças do sexo. Quanto mais parceiras(os) tiver, o perigo também aumenta. A gente vive cheio de tesão o ano todo, pensa em sexo inúmeras vezes por dia (a cada 28 minutos, segundo estudos), mas em época de férias, viagens e, especialmente, Carnaval, as oportunidades de transar aumentam muito. Consequentemente, deve aumentar também a preocupação em se proteger das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Essa denominação substituiu recentemente a expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), porque uma pessoa pode estar aparentemente sadia, mas infectada. E transmitir da mesma forma, sem mostrar sinais ou sintomas da doença.
“As ISTs podem ser causadas por vírus, bactérias, parasitas e outros micro-organismos, e sua transmissão acontece principalmente por meio de contato sexual — oral, vaginal ou anal — com uma pessoa infectada, sem o uso de preservativos”, alerta Ana Paula Bento Lima, enfermeira líder do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, entidade filantrópica prevenção e assistência à saúde com várias unidades em São Paulo (capital e interior) e Rio de Janeiro.
As infecções mais comuns são herpes genital, HPV, gonorreia, HIV/Aids, hepatites virais dos tipos B e C, clamídia, tricomoníase e sífilis. Essa última é uma doença grave, considerada epidemia silenciosa no Brasil, com um crescente número de casos nos últimos anos.
A camisinha ainda é a barreira de proteção mais eficiente, pois é capaz de prevenir não apenas a mais grave das infecções, pelo HIV, como também as outras doenças.
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Depois de um período prolongado de restrição a encontros, por causa da pandemia, muitos homens tiram o atraso e se colocam em exposições de risco — relações sexuais desprotegidas. Que, para piorar, são influenciadas pela perda de consciência causada pelo abuso de bebidas alcoólicas ou drogas.
“O erro hoje é ter a falsa sensação de que, caso a pessoa se infecte, basta tratar, dispensando o uso do preservativo. Algumas ISTs se tornam doenças crônicas e podem gerar complicações futuras”, diz a enfermeira.
Sempre que se faz sexo desprotegido o homem se expõe ao risco de contrair uma infecção, independente de idade, estado civil, gênero ou orientação sexual, hétero, gay ou bissexual.
Os sintomas das infecções sexuais
Normalmente, os sintomas costumam aparecer nos órgãos genitais, mas não é regra. Alguns podem surgir na palma das mãos, olhos e outras partes do corpo.
“Durante a higiene pessoal, observe seu corpo, isso pode ajudar a identificar uma infecção em estágio inicial. Caso perceba algum sinal, procure um médico, independentemente de quando foi a última relação sexual”, explica a enfermeira.
Ela destaca ainda que algumas infecções podem passar despercebidas por um longo período. “Esses casos são considerados assintomáticos. Se não forem diagnosticados e tratados, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer e até mesmo morte.”
Como se prevenir das doenças do sexo
A camisinha masculina ou feminina continua sendo o método comprovadamente mais eficaz para evitar as transmissões.
A atenção a um possível sintoma e a rapidez em procurar atendimento médico são as melhores formas de se curar e, também, interromper o ciclo de transmissão das infecções, contaminando outras pessoas.
“Porém usar preservativo não é suficiente para garantir a saúde sexual”, explica a enfermeira. “É preciso ter conhecimento dos riscos e adotar a chamada prevenção combinada, que abrange o uso de preservativos, ações de cautela, diagnóstico e tratamento”.
Em caso de exposição de risco, é possível recorrer à PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), medida preventiva de urgência à infecção pelo HIV, fornecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma combinação de dois medicamentos (tenofovir e entricitabina) em um único comprimido, que impede que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo. Seu uso deve ser feito em até 72 horas após a relação desprotegida, por 28 dias.
Mesmo com o uso da profilaxia, o uso do preservativo é fundamental, pois é capaz de prevenir outras infecções, como sífilis e gonorreia, não abrangidas pela PrEP.
Segundo a especialista, algumas ISTs também podem ser transmitidas pelo contato sanguíneo ou por formas menos comuns, através do contato de mucosas ou pele infectada com secreções corporais contaminadas. Por isso, é importante não compartilhar objetos de uso pessoal, como toalhas, barbeadores e escovas de dente, entre outros.
“Quando for sair para a curtição, tenha sempre preservativos à mão. Além disso, é de extrema importância que todo homem faça um acompanhamento regular de sua saúde sexual”, finaliza Ana Paula Bento Lima.
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