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Suas entradas estão aumentando e seu cabelo está mais fraco ou fino? Antes de tirar conclusões, o ideal é fazer um check-up capilar.
Nem todas as calvícies são iguais. Seu álbum de fotos de família está cheio de carecas? Ok, mas nem sempre a queda de cabelo está ligada à genética. Deficiências hormonais, problemas de tireoide, doenças do couro cabeludo, maus hábitos alimentares e até o cigarro são causas comuns do problema. Por isso, antes de tirar conclusões por conta própria, o ideal é procurar um especialista em cabelo e fazer um check-up capilar.
O exame é indicado não apenas para quem percebe o surgimento das entradas e o aumento de fios caídos na pia do banheiro. Também quem nota perda de volume da juba, quebra ou afinamento dos fios pode recorrer ao check-up para identificar o foco do problema. E quanto mais cedo você descobrir a causa, mais chances de sucesso terá o tratamento.
Durante a vida, fios de cabelos nascem, crescem e caem, sucessivamente substituídos por outros novos em folha. Em 60% por cento dos homens, os folículos capilares, onde nascem os fios no couro cabeludo, começam a atrofiar por volta dos 35 anos de idade, afinando o cabelo. Aos 50 anos, 85% da população masculina têm acentuadamente menos cabelo.
Em quem tem propensão à queda, porém, o processo começa a falhar muito cedo. Para 50% dos homens que sofrem da forma de calvície mais comum, a alopecia androgenética, de fundo hereditário, a cabeleira começa a ficar rarefeita aos 18, 20 anos. Os genes são herdados tanto da ascendência paterna quanto materna e o problema pode pular gerações. Seu pai é cabeludo? De repente, você identifica o início da saga familiar num parente distante, como seu bisavô ou tataravô.
Mas como foi dito, nem toda calvície é hereditária. Entre as causas da queda estão distúrbios hormonais (que só podem ser detectados em exames específicos), disfunções do couro cabeludo (como má circulação sanguínea nos vasos que irrigam as raízes, oleosidade em excesso, caspa e seborreia), estresse físico e emocional, maus hábitos alimentares, uso de esteróides (as “bombas” dos malhadores) e até o cigarro (sim, ele faz cair cabelo!). Ou seja, a culpa por suas entradas pode não ser do seu pai!
Às vezes, a queda pode estar ligada a um problema relativamente fácil de resolver. “É comum a queda de cabelo ser provocada pela dermatite seborreica, que contribui para a proliferação de fungos e micro-organismos no couro cabeludo e cuja incidência aumenta muito no inverno. Nesse caso, o uso de xampus e loções contribui significativamente para diminuir a queda”, explicaThiago Bianco Leal, cirurgião especializado em restauração capilar e diretor no Brasil da rede internacional Vinci Hair Clinic.
Como é o check up capilar? Logo na primeira consulta, você passa por uma entrevista com o médico, que analisa seus hábitos, seu histórico familiar (para saber se seu pai, avô ou irmãos apresentam o problema) e sua saúde de modo geral. Dependendo da avaliação, o médico pode solicitar que você faça outros exames específicos (de sangue, por exemplo).
A entrevista é complementada por uma análise microscópica do fio de cabelo e do couro cabeludo. “Esse exame avalia não apenas a qualidade do fio, mas também a quantidade deles que estão em estado terminal, afinando e prestes a cair, o que ajuda a perceber o grau da calvície”, diz Thiago.
Nessa conversa, o médico também percebe se a perda de cabelo não está ligada a maus hábitos alimentares — uma dieta deficiente em proteínas e aminoácidos não fornece nutrientes com qualidade e quantidade suficientes para o desenvolvimento normal dos fios — ou ao tabagismo. A nicotina do cigarro exerce efeito vasoconstritor que estreita as artérias e prejudica o fluxo de sangue até os bulbos capilares, onde nascem os fios, comprometendo sua nutrição e oxigenação.
Detectada a “raiz” do problema, um dos tratamentos mais usados é a administração via oral de finasterida (a substância mais usada no tratamento da calvície) que inibe a produção de dihidrotestosterona (DHT), que atrofia os folículos capilares, enfraquecendo a produção dos fios. Uma alternativa é a aplicação no couro cabeludo de aminoxil, que age nos bulbos capilares fazendo os fios despontarem com mais força. Também é muito utilizada a mesoterapia — micro-injecções de substâncias (peptídeos, vitaminas, aminoácidos e coenzimas) que ativam e estimulam o crescimento do cabelo. Muitas vezes, a recomendação é adotar o “combo” completo.
Mesmo que você não tenha problemas de queda e enfraquecimento do cabelo, veja as dicas do médico Thiago Bianco Leal para manter a juba saudável. Mas se você sente que a coisa está feia, o ideal é mesmo procurar uma clínica especializada em cabelo.
* Lave o cabelo só com água morna. A água muito quente contribui para o aumento da oleosidade, que prejudica o couro cabeludo.
* Capriche no xampu e no condicionador, escolhendo um produto de qualidade que também contribua para o fortalecimento dos fios.
* Mantenha uma dieta equilibrada, rica em proteínas, carboidratos de qualidade, frutas e legumes, e evite exagerar nos suplementos. “A ingestão de vitaminas em excesso (principalmente A e E) pode contribuir para a queda do cabelo”, diz Thiago.
* Faça check-up e exame de sangue regularmente, pois a baixa imunidade pode provocar doenças que agravam o problema.
* Pratique esporte, pois a atividade física alivia o estresse, que também é uma causa da caída de cabelo.
* Lave o cabelo todo dia, sem receio. O acúmulo de oleosidade pode produzir dermatite seborreica (caspa), que provoca ou agrava a queda.
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