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Saiba como é o transplante capilar, cirurgia que vem atraindo cada vez mais homens como solução para a calvície causada por fatores hereditários.
Por Wilson Weigl
Cada vez mais homens com problemas de calvície estão botando na cabeça a ideia de optar pelo transplante capilar. Vários fatores vêm impulsionando a procura por essa cirurgia: a maior quantidade de informações sobre o procedimento, o aumento de profissionais especializados e até a divulgação dos casos bem-sucedidos de famosos (como o ator Malvino Salvador) e influenciadores das mídias sociais.
Apesar de a técnica não ser novidade (até algum tempo atrás a Turquia era a “meca” do transplante capilar), a cirurgia tem multiplicado adeptos no Brasil. É normal, portanto, que desperte muitas dúvidas no crescente número de interessados.
A técnica mais moderna é o transplante por FUE (Follicular Unit Extraction). Trata-se da retirada dos folículos dos fios de cabelo, um por um, de uma área da cabeça chamada de “doadora” e o transplante para a região calva. É um procedimento minimamente invasivo que proporciona resultado bem natural.
Como o procedimento é extremamente meticuloso, costuma demorar em média 7 horas, com anestesia local e sedação do paciente. O preço cobrado por um profissional de primeira categoria costuma ficar entre R$ 20.000 e R$ 40.000. Nesse atual quadro de popularização do transplante, é fundamental avaliar previamente a reputação do cirurgião e evitar os procedimentos oferecidos a valores “low cost”, em que certamente haverá economia em alguma parte do processo, para baratear o procedimento, o que aumenta o risco de insucesso.
Cíntia Carvalho, cirurgiã plástica especialista em transplante por FUE, reuniu as principais dúvidas sobre o procedimento, indicado para quem sofre de alopecia androgenética, a calvície causada geralmente por fatores hereditários.
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Veja algumas das principais dúvidas sobre o transplante respondidas pela doutora.
Há uma idade mínima para fazer transplante capilar?
NÃO. Não existe idade mínima, mas o que sempre sugerimos para pacientes jovens é fazer o tratamento clínico com medicamentos para estabilizar a queda antes de fazer o transplante, para preservar a área doadora. Como a estabilização completa da calvície ocorre normalmente por volta dos 50 anos, em pacientes jovens que têm indicação de transplante, também indicamos continuar o tratamento após a cirurgia para manter a área doadora saudável caso precise de outros procedimentos ao longo da vida.
Quando fazemos transplante, o cabelo se multiplica.
MITO. O transplante não multiplica fios, mas redistribui os mesmos. No transplante, usamos folículos (de 1 a 4 fios) da região saudável que não é afetada pela calvície (em geral a nuca e as laterais da cabeça). No processo, fazemos a redistribuição de forma irregular para preencher as falhas de forma muito natural. Na cirurgia, são retirados e transplantados cerca de 4.000 folículos (algo em torno de 9.500 fios). Importante: a área doadora é finita — ou seja, de onde extraímos os folículos não nascem mais fios — já que suas estruturas são retiradas por completo. Por isso é fundamental que o médico tenha muita habilidade, para fazer a extração de forma a não deixar falhada a área doadora.
A área doadora só pode ser da cabeça do paciente.
MITO. Também podemos usar folículos da barba e dos pelos do tórax. Se o paciente não tem uma área doadora densa e que pode ser comprometida, o ideal é avaliar também essas regiões para não deixar falhas grandes na cabeça do paciente. A primeira opção, porém, é sempre optar pelos folículos da cabeça, pois o fio transplantado vai conservar suas características naturais (fios de barba e pelos em geral são mais secos e encaracolados do que cabelos). O transplante precisa entregar naturalidade e resolver o desconforto do paciente e não causar mais um problema.
O cabelo transplantado pode cair.
MITO. Os fios transplantados não caem, pois eles carregam as características da área doadora, que não sofre com a alopecia androgenética. Porém, se o procedimento for feito antes da calvície se estabilizar, pode ocorrer queda nas regiões que sofrem com a doença. Por isso é muito importante uma avaliação completa de cada caso, para ver se há a indicação de tratamentos clínicos depois da cirurgia.
Calvície em grau avançado não tem recuperação.
MITO. Para calvícies mais extensas, é importante um plano cirúrgico estratégico para manter a área doadora saudável, caso seja necessário mais de um transplante — que pode ser necessário, dependendo do resultado desejado. Exemplo: se o paciente tem entradas e coroa extensas e sua área doadora não é tão densa, é preciso entender o que mais o incomoda para implantar os folículos de forma estratégica para não ficar falhado e nem esgotar sua área doadora.
Preciso raspar o cabelo para operar.
VERDADE no caso dos homens. Nas cirurgias masculinas, precisamos raspar tudo para ter uma visão melhor da distribuição dos folículos que será feita. No caso das mulheres, como a calvície é mais uniforme, consegue-se raspar apenas uma faixa de área doadora — que geralmente fica na perto do pescoço — de forma com que fique escondido.
O pós operatório é complexo.
MITO. Como toda cirurgia, o transplante requer alguns cuidados, mas está longe de ser algo complexo. O paciente tem alta no mesmo dia e pode ter um leve incômodo nos primeiros dias, que pode ser controlado com analgésicos em casa mesmo. A região que recebeu os folículos precisa de cuidados especiais nas primeiras semanas, como posição certa para dormir e forma correta de lavar os fios, mas tudo é sempre muito bem orientado pela equipe médica.
Não posso usar cabelo de outra pessoa.
VERDADE. O transplante precisa ser feito com os folículos do próprio paciente pois sempre há chances de rejeição. Lembrando que as áreas doadoras podem ser: cabeça, barba e pelos do tórax.
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