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A queda do nível do hormônio testosterona provoca vários problemas no organismo masculino, de falta de desejo a ganho de peso. Mas raramente essa é a real causa dos distúrbios.
Por Wilson Weigl
A testosterona é o combustível do homem. O mais importante hormônio masculino (andrógeno), produzido nos testículos, é responsável pelo desejo sexual, o desempenho na cama e na academia, o sucesso da dieta e muitas outras coisas. Porém, basta se sentir mais cansado, sem energia, com a libido baixa, que o homem começa a pensar que está com queda de testosterona.
Tem caras que atribuem à baixa do hormônio testosterona até o fato de não conseguirem mais ganhar músculos na academia. Porém em poucos casos essa queda é a responsável por problemas que afetam os homens, principalmente antes dos 50 anos.
Quando o nível de testosterona cai, pode causar vários problemas no organismo masculino:
- Perda de massa muscular e óssea
- Diminuição do desejo sexual
- Dificuldade de ereção
- Baixo nível de energia e disposição
- Ganho de peso
- Depressão ou irritabilidade
- Falta de concentração
- Insônia
- Queda da produção de esperma
- Queda de células vermelhas do sangue
Sentir ao mesmo tempo vários desses sintomas pode ser, sim, sinal da queda do hormônio testosterona. Mas segundo os médicos, na maior parte dos casos esses problemas não tem nada a ver a produção hormonal, mas sim com problemas psicológicos ou fatores relacionados ao estilo de vida, como estresse, alimentação ruim, falta de sono ou de exercício.
Em termos médicos, a partir dos 30-40 anos já acontece um declínio lento e natural da produção de testosterona (que esteve a mil na adolescência). Chamado de hipogonadismo, é condição que faz parte do processo de envelhecimento. Mas num jovem raramente a queda é tão acentuada a ponto de interferir na vida. Diversos dos problemas acima têm outras causas que não têm relação com a queda da testosterona. Entretanto, essa é a primeira coisa que vem à cabeça de alguns homens.
Só o exame de sangue, solicitado e analisado por um médico, é capaz de apontar queda na produção do hormônio testosterona. Não tem como “intuir” o problema. Que, aliás, é bastante incomum de ocorrer em alguém com menos de 35 anos. O problema é que mutos caras já querem tomar providências por conta própria, sem consultar um médico, e partem para tomar bombas ou fazer reposições artificiais.
Qualquer tipo de terapia precisa ser feita com acompanhamento médico ou vai causar ainda mais problemas. Uso indiscriminado de esteroides e hormônios sintéticos pode provocar problemas no fígado, no coração, no cérebro, atrofia dos testículos e aumento do risco de câncer de próstata.
Caso haja confirmação médica, a reposição de testosterona pode ser feita por meio de injeções inos músculos ou sob a pele, adesivos e gel de testosterona.
Se você sente permanentemente (não só de vez em quando) vários dos sintomas que listei acima, consulte um médico urologista. Ele vai solicitar exames de sangue que vão revelar sem discussão como anda a produção de testosterona no seu corpo. Caso a queda seja descartada, investigue a verdadeira causa do problema, que pode ser outra coisa. A fadiga pode ser causada por má alimentação; a dificuldade de ganhar músculos pode estar relacionada ao “efeito platô” (leia aqui) e as dificuldades no sexo podem ser consequência de ansiedade e estresse.
Veja como ter uma vida mais equilibrada e evitar a queda do nível do hormônio testosterona.
Combata o estresse
Identifique suas causas no seu estilo de vida, no seu trabalho, na sua vida pessoal. E mude, se necessário. O estresse é uma das causas das broxadas, que muitos homens atribuem à queda da testosterona. Ansiedade, excesso de expectativa e medo de falhar durante a relação aumentam a liberação dos hormônios do estresse. A descarga de adrenalina no organismo dificulta o relaxamento do músculo peniano e a entrada do sangue que provoca a ereção. Enquanto a adrenalina estiver circulando, o pênis não fica completamente duro. O risco é que o problema se torne recorrente: o pânico de que a situação se repita faz com que a situação se repita.
Adote uma dieta saudável
Evite gorduras em excesso, alimentos prontos, salgadinhos e muitos doces. Coma muitos vegetais frescos (verduras, legumes e frutas), peixes, carnes magras, cereais e alimentos integrais. A gordura boa e os ácidos graxos essenciais presentes em peixes gordos, como o salmão, ajuda promover a circulação e o fluxo de sangue — condições fundamentais para a qualidade das ereções. O mesmo vale para o abacate, as nozes, os óleos vegetais, como os de canola, girassol e o azeite de oliva.
Faça exercício regularmente
Correr, pedalar, fazer esporte ajudam a elevar a produção do hormônio testosterona, mas o benefício é maior por meio de atividades como musculação. Pesquisa da Universidade da Califórnia mostrou que homens que fazem exercícios físicos pesados 40 minutos por dia têm mais desejo sexual duas vezes maior do que outros que correm ou caminham.
Durma mais de 7 horas
Estudos relacionam a qualidade e duração do sono também à produção do hormônio testosterona. Você pode ter muitos bons motivos para ficar acordado até tarde, mas quando faz isso aumenta a probabilidade de comer fora de hora, desacelerar seu metabolismo e ganhar peso, o que contribui para a queda da testosterona. A construção de músculos acontece também durante o sono, quando ocorre 70% da produção do hormônio do crescimento (GH). Segundo estudo publicado no Journal of American Medical Association, dormir 5 horas ou menos por noite pode fazer cair seus níveis de testosterona ao nível de um adolescente de 15 anos!
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