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Ficar morenaço não é saudável como parece: o bronzeamento é uma agressão à pele. Dois cuidados são fundamentais ao se expor ao sol: filtro solar e moderação.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Ficar bronzeadão não é tão bom como parece — na verdade é muito ruim. O aspecto saudável de ter tomado sol caracteriza exatamente o contrário, danos à pele. Ficar morenaço não só aumenta o risco de câncer de pele como também causa outros efeitos colaterais maléficos: envelhecimento precoce, rugas, manchas e perda de firmeza e elasticidade da pele. Enfim, um desastre!
Entretanto, não dá para ficar na sombra o tempo todo na praia ou na piscina, e é impossível se esconder do sol ao caminhar, correr, pedalar ou fazer esporte ao ar livre. Por isso, dois cuidados são fundamentais ao tomar sol: protetor solar e moderação.
Infelizmente não existe bronzeado seguro, segundo os médicos dermatologistas. “É ilusão a ideia de que o protetor solar é um aval para se expor ao sol e se bronzear”, diz a dermatologista Flávia Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O sol é considerado o maior fator de envelhecimento e danos à pele e o escurecimento, causado pelo aumento do pigmento da cor, a melanina, é por si só um sinal de estrago. A principal função da melanina é proteger a pele e, para se defender da agressão do sol, o corpo reage aumentando a produção das células melanócitos.
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Os efeitos nocivos dos raios solares são cumulativos, ou seja, a soma de todo o sol que tomamos desde crianças, em um processo contínuo que se desenrola silenciosamente. O excesso de exposição ao sol durante a infância ou adolescência aumenta a probabilidade de desenvolver câncer de pele na idade adulta.
O envelhecimento precoce, chamado de fotoenvelhecimento, é um efeito colateral de longo prazo da exposição aos raios UV, e pode não aparecer na pele até muitos anos depois de você ter se queimado ou bronzeado. Esse processo de fotoenvelhecimento solar é mais rápido e agressivo que o envelhecimento cronológico, causado pelo tempo.
O uso do filtro solar não é mais considerado pelos dermatologistas apenas prevenção de queimaduras, mas também dos danos profundos provocados na pele pelos vários tipos de radiação: UVA, UVB, infravermelha e luz visível.
A recomendação de evitar tomar sol entre 10h e 16h, além de difícil de ser cumprida, não é tão eficaz. A radiação UVB é mais forte nesse período, causa queimaduras e vermelhidão, mas atinge a pele de modo mais superficial. Porém a UVA age o dia inteiro, do nascer ao pôr do sol, o ano todo, atravessa nuvens e vidros e é pouco percebida por ser indolor. Por penetrar nas camadas profundas da pele, danifica o DNA celular e produz mutações que causam câncer e os outros problemas estéticos. Ainda enfraquece o sistema imunológico e compromete as defesas naturais do corpo contra células cancerígenas.
Ao contrário do que se pensa, estar bronzeado não significa estar mais protegido. A melanina extra na pele bronzeada fornece um Fator de Proteção Solar (FPS) entre 2 a 4, muito abaixo do FPS mínimo recomendado de 15.
O protetor solar deve ter no mínimo FPS 30 — os médicos não recomendam abaixo disso — ou ainda mais alto. Quanto mais forte o sol e mais longo o tempo de exposição, mais alto deve ser o FPS, de 50 para cima.
O protetor solar pode conter filtros físicos ou químicos, de acordo com sua composição. “Os filtros físicos, como os minerais óxido de zinco ou dióxido de titânio, agem como uma barreira onde a luz bate e volta, sem absorvência, enquanto os químicos penetram na pele e absorvem os raios, convertendo-os em energia de baixa intensidade, com menores malefícios”, explica a dermatologista Flávia Brasileiro.
O ideal também é escolher um protetor de amplo espectro, que protege a pele dos raios UVA, UVB, infravermelhos e da luz visível. Os bons produtos de amplo espectro costumam também ter ativos antioxidantes, que ajudam a diminuir a ação dos radicais livres, moléculas nocivas que oxidam e danificam as células. Cheque no rótulo a ação do produto.
O ideal é aplicar o filtro 30 minutos antes da exposição solar, de preferência antes mesmo de vestir a roupa de praia, e nunca deixar de reaplicar a cada 2 horas ao sol, após nadar ou transpirar (mesmo que o produto seja resistente à água) ou se enxugar com toalha, recomenda a dermatologista.
Além da reaplicação do protetor, é recomendado usar boné, chapéu, óculos escuros e roupas com proteção UV. É bom ficar embaixo do guarda-sol sempre que possível, mas a radiação pode atravessar o plástico ou tecido. E areia, neve e água refletem os raios solares e aumentam as chances de queimaduras, mesmo na sombra.
“O mais importante é aproveitar o tempo ao ar livre evitando ao máximo a exposição direta demasiada ao sol”, completa a médica.
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