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Veja os estragos provocados na pele por cada uma das radiações que fazem parte do espectro solar — ultravioleta, luz visível e infravermelha.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Os dermatologistas são unânimes em afirmar que o protetor solar não é um produto opcional, mas essencial no cuidado da pele. Seu uso diário — isso mesmo, todo dia, não só ao tomar sol na praia e piscina, mas também dentro de casa, em dias nublados e no inverno — é considerado não apenas medida protetora contra queimaduras (como alguns homens ainda pensam) mas, principalmente, preventiva dos estragos profundos que o sol provoca na pele.
Rugas, manchas, poros dilatados, flacidez e câncer de pele (o tipo de câncer mais frequente no Brasil) são danos causados, em maior ou menor grau, por cada um dos tipos de radiação que fazem parte do espectro solar — ultravioletas A e B, luz visível e infravermelha.
O sol é comprovadamente o principal agente de degradação e envelhecimento da pele, com uma ação maléfica que se desenrola num processo contínuo e silencioso em nível celular, tanto superficial quanto profundo. Para piorar, seus efeitos são acumulativos — resultam da soma de todo o sol que se toma desde a infância — e os prejuízos podem se revelar apenas na idade adulta.
O uso diário do filtro solar é recomendado pelos dermatologistas não só como proteção contra os malefícios naturais a que estamos submetidos por viver num planeta banhado por raios solares, mas acima de tudo como medida de precaução contra o envelhecimento precoce (aquele que ocorre antes do tempo que seria natural) provocado pelo sol — o fotoenvelhecimento.
A pele envelhece de maneira gradual e progressiva, como todas as outras partes do corpo. Perde firmeza, elasticidade, hidratação e capacidade de regeneração, um conjunto de fatores que resulta no surgimento de rugas e manchas e no comprometimento da produção e eficiência das fibras de colágeno e elastina (proteínas que dão sustentação à pele), o que faz o rosto “desabar”.
O envelhecimento pode ser intrínseco, natural, que em grande parte é determinado pela genética, e extrínseco, influenciado por fatores externos ligados ao estilo de vida que antecipam os efeitos do intrínseco: poluição, dieta ruim com excesso de açúcar, cigarro, álcool e, acima de tudo, excesso de exposição ao sol de forma desprotegida.
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Veja como agem na pele os diferentes tipos de radiação que fazem parte do espectro solar.
Raios UVB
Essa radiação, apesar de energética, penetra na pele de modo superficial. Seus danos imediatos são facilmente percebidos: vermelhidão, ardência e queimaduras. Os raios UVB alteram o DNA celular da pele e causam envelhecimento precoce e câncer.
A radiação UVB é mais forte no verão e entre 10 e 16h (daí a conhecida recomendação de evitar se expor ao sol nesse período, o que raramente é possível). Nos filtros, o nível de defesa UVB é expresso pelo número de FPS (Fator de Proteção Solar)
Raios UVA
A radiação UVA chega até a camada profunda da pele (derme), onde destrói as fibras de colágeno e elastina, causa inflamação crônica, altera o DNA celular e predispõe ao câncer. E se a radiação UVB é mais intensa entre 10h e 16h, a UVA vai além e afeta a pele o dia inteiro, do nascer ao pôr do sol, durante o ano todo, atravessa nuvens e vidros e é pouco percebida por ser indolor. Daí a recomendação dos dermatologistas de usar filtro solar dentro de casa, na praia ou ao ar livre mesmo em dias nublados e, também, ao dirigir.
Hoje um bom filtro solar precisa oferecer alta proteção da radiação UVA, cujo nível é expresso pela sigla PPD (Persistant Pigment Darkening), número em geral um terço do FPS.
Luz visível
É a faixa do espectro eletromagnético percebida pelos olhos e que permite distinguir formas e cores. Representa mais de 45% da radiação solar total que atinge a pele. Apesar de abranger todas as cores do arco-íris, suas faixas mais perigosas para a pele são a violeta e a azul (veja abaixo), que geram altos níveis de radicais livres, moléculas instáveis que danificam as células e contribuem para o envelhecimento.
Alguns protetores de amploa espectro oferecem maior defesa contra a luz visível e há séruns e cremes que ajudam a minimizar seus danos, como a produção excessiva de melanina e a formação de radicais livres.
Luz azul
A luz azul faz parte do espectro da luz visível, mas com um comprimento de onda mais curto e maior energia. Além do sol, é emitida por telas de dispositivos eletrônicos (smartphones, tablets, laptops e TVs), lâmpadas de led e incandescentes .Suas características são semelhantes às da radição UVA e, como esta, pelo alto poder de penetração, atinge as camadas mais profundas da pele (derme).
Não existem estudos definitivos sobre os efeitos dessa radiação, mas sabe-se que ela acelera o envelhecimento precoce devido à penetração até os tecidos subcutâneos. Enquanto os raios ultravioleta agem diretamente no DNA celular da pele, a luz azul deteriora o colágeno por oxidação, ao acelerar a produção de radicais livres. Também destrói as fibras de colágeno e estimula a produção de melanina (pigmento da cor da pele), causando manchas e aumentando as já existentes.
A luz azul não é bloqueada pelos protetores solares comuns (químicos), usados contra os raios UV. Só é barrada pelos bloqueadores físicos (que deixam a pele branca), que contêm minerais como zinco e silício. A indústria cosmética tem pesquisado filtros químicos transparentes que ofereçam proteção contra a luz visível, em especial a azul.
Para proteger a pele dessa radiação, além dos filtros que ofereçam proteção, pode-se usar cremes e séruns antioxidantes, como a vitamina C e a vitamina E, que ajudam a neutralizar os radicais livres.
Infravermelhos
É uma energia luminosa que faz parte do espectro da radiação solar, mas não da luz visível — por isso não é captada pelos olhos e geralmente é sentida como calor. Segundos estudos científicos, isoladamente esses raios não causam grande dano à pele, mas em conjunto com os raios UVA e UVB da luz solar potencializam seus malefícios.
Esses raios são de natureza inflamatória, ou seja, geram grandes quantidades de radicais livres, que levam a um processo inflamatório celular não percebido a olho nu. A inflamação subclínica agravada pela radiação infravermelha causa a degradação e destruição das proteínas e substâncias que preenchem a pele (colágeno, elastina e ácido hialurônico), acelerando o envelhecimento precoce e o aparecimento de rugas e linhas de expressão e a perda de firmeza do rosto.
Os antioxidantes que melhor combatem os danos da radiação infravermelha são vitamina C, resveratrol, peptídeos e niacinamida, encontrados em séruns e protetores solares.
Procure por “amplo espectro” no rótulo do protetor
O filtro solar deve necessariamente defender a pele dos raios UVA e UVB, mas os produtos de amplo espectro protegem também dos outros tipos de radiação solar. Os melhores produtos contêm ativos antioxidantes neutralizadores dos radicais livres, as tais moléculas que “oxidam” as células em nível profundo
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