Getting your Trinity Audio player ready...
|
O exercício libera substâncias cerebrais que agem como remédio contra depressão, ansiedade e estresse. E como todo bom medicamento, fazem efeito na hora.
Por Wilson Weigl
Fotos: Deposit Photos
Se você anda pra baixo, desanimado, desmotivado, de mal com a vida, vista short, camiseta, tênis e vá treinar. Ou correr ou pedalar.
Os benefícios físicos do exercício são amplamente reconhecidos: ganho de força, resistência, massa muscular e agilidade — progressos que por si só já dão um belo estímulo psicológico. Mas nem todo mundo sabe dos benefícios mentais: a atividade física age como remédio contra depressão, ansiedade e estresse. E como todo bom medicamento, faz efeito na hora.
Mexer o corpo desencadeia a liberação imediata de substâncias químicas cerebrais conhecidas como “hormônios da felicidade”, que promovem bem-estar e a sensação chamada de “barato do exercício” ou “euforia do corredor”.
O simples ato de ir à academia, mesmo por um curto período, pode fazer um indivíduo se sentir melhor, mais animado e energético, ainda que não perceba isso de maneira consciente. A liberação dessas substâncias cerebrais ocorre poucos minutos após o início do exercício e dura algumas horas depois.
Esses neurotransmissores, endorfina, dopamina e serotonina, atuam como antidepressivos naturais e diminuem a produção de cortisol, o hormônio do estresse. Segundo estudos, quanto mais intenso e prolongado for o exercício, maior a liberação dessas substâncias.
LEIA TAMBÉM
- Quanto tempo demora para ver resultado da musculação?
- Magro demais? Saiba como ganhar peso e músculo
- Ectomorfo, mesomorfo, endomorfo: o tipo corporal é verdade ou mito?
- Magro e forte: a diferença entre força e massa muscular
- Falso magro: como perder barriga e ganhar músculo
- Massa muscular X massa magra: qual a diferença?
A sensação de bem-estar proporcionada por esses elementos melhora o humor e alivia sentimentos de tristeza ou irritabilidade. São liberados durante atividades físicas, mas também em outras situações prazerosas, como dar risada, namorar, ter contato social, fazer sexo ou saborear uma comida gostosa.
Os neurotransmissores por trás do exercício físico
As substâncias químicas cerebrais mais comumente associadas ao bem-estar mental são endorfina, serotonina e dopamina.
A endorfina diminui os níveis de cortisol (hormônio do estresse), induz ao relaxamento e diminui a percepção da dor, do desconforto físico e da tensão muscular, por sere considerada um “analgésico natural”.
A serotonina, popularmente conhecida como “hormônio da felicidade”, regula o humor, o sono e o apetite. Seus níveis reduzidos são frequentemente associados a depressão, ansiedade e insônia.
A dopamina atua no sistema de recompensa: liberada em experiências prazerosas, faz o cérebro associá-las a sensações positivas, incentivando sua repetição. Também atua no controle motor, na atenção, memória e aprendizado.
A descarga de neurotransmissores no organismo faz outros efeitos cumulativos e duradouros: melhoram a qualidade do sono, fortalecem o sistema imunológico e aumentam os níveis de energia para as tarefas do dia-a-dia, tanto físicas quanto mentais.
Remédios de uso contínuo e prolongado
E se essa sensação de prazer e recompensa provocada reforça a motivação para se exercitar, a prática regular da atividade é a forma mais eficaz de manter níveis saudáveis dos neurotransmissores e desfrutar de seus benefícios.
Qualquer exercício físico tem impacto positivo na saúde mental — musculação, corrida, ciclismo, natação, dança etc. É só escolher. Como acontece com todo remédio de uso contínuo, não adianta tomar só uma vez. O ideal é se exercitar pelo menos 3 a 5 vezes por semana, durante 30 minutos por dia, para que o medicamento continue sempre fazendo efeito.
Mexer o corpo com regularidade nos deixa mais leves, menos ansiosos, irritados e depressivos. Comece a levantar pesos, correr ou pedalar e é provável que você não apenas tenha uma aparência melhor, mas também se sinta muito melhor.
Seja o primeiro a comentar