Getting your Trinity Audio player ready...
|
Você quer atenuar uma cicatriz que o incomoda? É possível, sim! Conheça quais são os diferentes tipos de cicatrizes e os tratamentos que dão resultado.
Por Wilson Weigl
“Todo vencedor tem cicatrizes”, diz uma frase famosa. Muito poética, sem dúvida, mas na vida real nem sempre a cicatriz é motivo de orgulho. Além de feias, lembram a gente o tempo todo de episódios como tombos de skate ou bike, cortes feitos de bobeira, brigas, acidentes de carro. Você gostaria de atenuar uma cicatriz que o incomoda? É possível, sim, por meio de diversos tratamentos. Difícil fazê-la sumir completamente, mas pode ficar com aparência bem melhor.
Também existem, porém, cicatrizes que aumentam ainda mais com o passar do tempo. É seu caso? Vou falar delas mais abaixo.
Quando a pele sofre uma lesão, por corte, queimadura ou acne, o corpo produz colágeno (proteína que dá sustentação à pele) para repará-la. Essa reparação fica com consistência fibrosa, que, de acordo com o tipo de pele do local do corpo (fina ou grossa), fica mais ou menos visível.
Cicatrizes novas são mais fáceis de atenuar, porém é mais difícil se livrar das antigas. Por isso, o melhor jeito de prevenir futuras marcas é cuidar das feridas o mais cedo possível, ainda enquanto estão curando.
Cicatrizes que não somem com o tempo
Cicatrizes de cirurgias, feridas ou acne costumam ser atróficas, os tipos mais comuns. Entretanto, existem as hipertróficas, que ocorrem quando o organismo produz colágeno em demasia e a lesão e se torna espessa, em relevo. E há também o queloide: em vez de a cicatriz ficar limitada ao lugar do ferimento, ela continua crescendo e, às vezes, avança além dos limites da lesão inicial. A formação de cicatrizes hipertróficas e queloides pode ocorrer em feridas, queimaduras, cortes de cirurgia, lesões de acne, piercings e tatuagens. A diferença é que a cicatriz hipertrófica tende a diminuir com o tempo, enquanto o queloide aumenta porque o corpo produz continuamente colágeno.
A tendência a cicatrizes hipertróficas e queloides é influenciada por fatores hereditários e raciais. Homens negros e morenos têm muita propensão a desenvolver queloides, porque seus fibroblastos (células reparadoras da pele) são maiores e produzem mais colágeno. “A pele negra tem 18 vezes mais propensão a desenvolver queloides do que a branca”, diz o dermatologista André Ricardo Adriano, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), de Blumenau (SC).
Quem sabe que tem predisposição a queloides precisa tomar cuidado em dobro com pequenas cirurgias, como retiradas de cistos ou pintas. “Avise o cirurgião dermatológico, pois ele irá tomar precauções diferentes na hora de dar os pontos”, alerta André.
Como diminuir a marca de cicatriz?
É possível melhorar o aspecto das cicatrizes. “Dependendo do tamanho, pode ser difícil o desaparecimento completo, mas os tratamentos dermatológicos conseguem diminuir bastante as lesões”, afirma o médico. Sim, porque, ao contrário do que se ouve por aí, não existe remédio caseiro que resolva o problema (fala-se de babosa, mel, pepino, óleo de lavanda e até suco de limão). Nada funciona. “É importante não manipular a lesão ou aplicar receitas caseiras, pois isso pode aumentar a inflamação”, alerta André Adriano.
Quais são os tratamentos?
O resultado dos tratamentos depende do tamanho, local, tempo de evolução da lesão e seu tipo de pele. Só um dermatologista é capaz de avaliar o tipo de cicatriz e escolher o método mais eficaz para atenuar a marca.
As alternativas de tratamentos em clínicas são vários: aplicação de laser ou luz pulsada, peelings, injeções de medicamentos corticoides, microagulhamento de colágeno e preenchimento com ácido hialurônico. A opção fica sempre a cargo do médico.
“Um cuidado preventivo para evitar uma cicatriz muito pronunciada é aplicar na lesão, logo nos primeiros dias, curativos adesivos de silicone, que seguram melhor a pele”, explica o dermatologista. Existem também hidratantes oleosos de uso contínuo que ajudam a melhorar a aparência das cicatrizes antigas ou novas e podem ser comprados sem receita na farmácia. Eles têm substâncias de ação umedecedora e reparadora da pele. Devem ser aplicados na lesão duas vezes ao dia, durante três meses, pelo menos.
É fundamental também proteger a cicatriz do sol, cobrindo a marca e, se possível, aplicar filtro solar de alto fator de proteção (FPS 50, pelo menos). A proteção solar é fundamental não apenas em cicatrizes recentes mas também nas antigas, que podem escurecer e ficar ainda mais pronunciadas.
Seja o primeiro a comentar