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O estilista Calvin Klein reinventou a cueca e a transformou em ícone, fetiche e símbolo de status. Com uma forcinha de supermodelos, atores e astros da música e do esporte.
Por Wilson Weigl @wilsonweigl
Calvin Klein não inventou a cueca, obviamente. Mas reinventou essa peça de tal maneira que, de mera roupa utilitária, básica para a higiene e o conforto masculino, ela virou ícone, fetiche, acessório de moda e símbolo de status. Antes escondida por baixo da roupa, pelas mãos do estilista americano a cueca se transformou em objeto de desejo — literalmente.
Antes de Calvin Klein, uma cueca era uma cueca — e nada mais. Ao lançar a campanha publicitária de sua primeira coleção de underwear, nos anos 1980, Klein percebeu que o alto teor de sensualidade dessa peça íntima não poderia ser desprezado. Mais: deveria ser explicitado. Assim, ele sexualizou a cueca de uma forma nunca vista antes. Como empresário de visão, notou também que um homem vestindo uma bela cueca era quase um outdoor ambulante. Com o logotipo Calvin Klein estrategicamente posicionado no elástico, exposto pelo jeans baixado de modo meio displicente, a cueca poderia sair, afinal, à luz do dia.
Outro cuidado foi investir em pesquisas de tecidos e materiais que tornassem suas cuecas não só algo bom de se ver como também gostoso e confortável de vestir, tanto no dia-a-dia quanto na prática esportiva. Daí nem é preciso explicar porque a Calvin Klein Underwear vai completar 35 anos reconhecida no mundo todo como a marca número 1 de underwear masculino.
Um sucesso assim não acontece do dia para a noite, certo? Além de inovar em criação e qualidade, desde o lançamento da marca Klein já se revelou antenado às aspirações masculinas e, ao longo dos anos, não economizou ousadia em seus anúncios para chamar a atenção de heterossexuais e gays e democratizar o direito masculino a ter seu momento-ostentação ao baixar as calças. Acompanhe com a gente a linha do tempo da Calvin Klein Underwear desde o comecinho até a novíssima campanha com o craque James Rodriguez. E dê uma olhada na loja online da CK onde estão as novidades da marca.
1982
A Calvin Klein já entrou “causando” no mercado de underwear e provocou o maior impacto com uma campanha de forte apelo sexual. E olha que isso foi há mais de 30 anos. Outdoors e anúncios de revista exibiam o corpão do atleta olímpico de salto de vara Tomás Valdemar Hintnaus (que, apesar de cidadão americano, nasceu no Brasil e competia por nosso país). Hintnaus usava uma cueca slip clássica, já com o lendário elástico com a assinatura, e foi clicado por Bruce Weber, um dos mestres da fotografia do corpo masculino.
1990
O modelo saradão Antonio Sabàto Jr., que anos mais tarde viraria também ator de certa notoriedade, deu continuidade ao tom sensual das campanhas, que já atraíam a curiosidade de gays, héteros e mulheres. Há cinco anos, em 2011, a marca resgatou Sabàto, então com 40 anos e umas belas rugas, para estrelar um novo comercial das cuecas.
1992
Auê de verdade provocou aquela que ficou para a história como a mais famosa campanha de underwear de todos os tempos. O modelo era Mark Wahlberg, hoje um quarentão consagrado por sua carreira no cinema, na época com 21 anos. Mark não era mais do que um garoto baderneiro que havia sossegado um pouco o facho ao ingressar na boy band New Kids On The Block. Não demorou muito para o rebelde Mark se cansar da imagem de menino bonzinho na banda e se lançar em carreira solo de rapper com o nome de Marky Mark. O sucesso foi fulminante, até porque ele já no primeiro videoclipe fazia questão de exibir o peitoral e nos shows da Marky Mark & The Funky Bunch em dado momento gostava de ficar só de cueca.
Um outdoor gigantesco no Times Square, a praça coração de Nova York, exibiu o corpão de Wahlberg para quem quisesse ver. Na campanha, o cantor dividia a cena com a modelo Kate Moss, então uma ninfeta com 17 anos. Mas a figura de Mark Wahlberg com a mão no equipamento não era para corações fracos.
2002
O modelo australiano Travis Fimmel assinou com a CK o primeiro contrato de seis dígitos (traduzindo: mais de 100.000 dólares) para uma campanha de cueca. Cartazes do boa pinta se espalharam por todo o planeta e, segundo a lenda, um deles foi arrancado pelas autoridades de tráfego de Londres por estar causando congestionamentos e acidentes. Travis era então um dos modelos masculinos mais requisitados do mundo, mas com certeza você o conhece: ele é hoje o astro do seriado “Vikings”.
2003- 2007
Dando início à escalação de esportistas para suas campanhas, Calvin Klein convocou o jogador de futebol americano Fredrik Ljungberg, sueco que jogava no Arsenal. O atleta permaneceu firme e forte no posto por quatro anos, até 2007. Curioso é que, ele foi a segunda alternativa para os anúncios: só foi contratado porque o então apenas jogador David Beckham não aceitou o convite, porque se achava “famoso demais” no Reino Unido para aparecer meio pelado em anúncios de cuecas.
2009
O ator e modelo irlandês Jamie Dornan assumiu o posto de cover boy das linhas de jeans e underwear da Calvin. Seis anos depois, ele ganharia fama internacional por estrelar o filme “50 Tons de Cinza”, depois que outros atores peso-pesados de Hollywood, como Charlie Hunnam e Chris Hemsworth, recusaram o papel, por causa das cenas “calientes”.
2010
Nova campanha que deu o que falar, desta vez divulgando a linha X, com uma seleção de atores e atletas. Apareceram nos filmes e anúncios impressos o ator Mehcad Brooks, do seriado “True Blood”, o jogador de futebol japonês Hidetoshi Nakata, o tenista espanhol Fernando Verdasco e o ator Kellan Lutz, um dos astros da saga “Crepúsculo”. Nos filmes, os modelos perguntavam sem pudor: “Quer ver meu X? (no áudio, a palavra crucial era censurada com um apito).
https://www.youtube.com/watch?v=Xs6KxL7lFxM
2012
A marca completou seu 30o aniversário introduzindo uma nova linha, Calvin Klein Modern Classic, inspirada em modelos de cuecas tradicionais. Nesse mesmo ano, a CK havia lançado uma outra coleção, chamada Bold, com anúncios assinados pelo superfotógrafo Steven Klein e estrelados pelo modelo Matthew Terry, um dos preferidos da marca.
2013
A Calvin Klein exibe pela primeira vez um comercial durante a transmissão do Super Bowl — o jogo de futebol americano da NFL que decide o campeão da temporada dos Estados Unidos. O modelo Matthew Terry foi novamente escalado para mostrar as peças de uma nova linha, a Concept.
2014
Na época da Copa do Mundo aqui no Brasil, nosso caro Oscar Emboaba foi convocado para ser o rosto e o corpo das campanhas de jeans e underwear criadas especialmente para o mercado brasileiro. De certa forma, a CK foi pé quente: Oscar marcou o único gol do Brasil no infame jogo contra a Alemanha, aquele do vexame de 7 a 1 que ficou para a história.
2015
Novo golaço da Calvin Klein. A marca decidiu novamente dar um tempero de rebeldia à sua campanha e, para isso, arregimentou o bad boy do pop, Justin Bieber, que na época frequentava assiduamente as colunas de fofocas por causa de suas prisões e confusões em hotéis. Os anúncios em preto e branco resgataram um pouco do clima da campanha estrelada por Mark “Marky Mark” Wahlberg nos anos 1990.
2016
A atual campanha mundial da Calvin Klein arregimentou um bando de músicos, atores, modelos, dançarinos e esportistas, que vestem peças das linhas de sportswear, jeans e underwear da marca. Toda a ação nas mídias sociais é embalada pela hashtag #mycalvins, que convida todo mundo a postar suas fotos vestindo as peças da marca. Quem bate um bolão no anúncios das cuecas, porém, é o colombiano James Rodriguez, de 24 anos, que atualmente veste a camisa 10 do time do Real Madrid.
https://www.youtube.com/watch?v=I_e0OjgMbes
Agora você já sabe como a Calvin Klein redefiniu o conceito de cueca e tornou essa peça básica mais sexy e confortável. Então dê uma espiada na loja online da marca e escolha um modelo (brief ou trunk) para fazer bonito na hora de baixar as calças.
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