Ectomorfo, mesomorfo, endomorfo: o tipo corporal é verdade ou mito?

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A divisão em 3 (e só 3) tipos físicos, além de ser considerada ultrapassada, atrapalha a percepção do que se pode alcançar com treino e nutrição. Sim, você pode mudar seu tipo de corpo.

Homem No Espelho - Ectomorfo, mesomorfo, endomorfo: tipo corporal

Por Wilson Weigl

Fotos: Deposit Photos

Provavelmente você já ouviu falar da divisão dos tipos de corpos em 3 categorias:

  • Ectomorfo: magro e esbelto, com ombros estreitos, tem dificuldade para ganhar peso ou massa muscular.
  • Mesomorfo: atlético e musculoso, com ombros largos e cintura estreita, ganha massa ou queima gordura com facilidade.
  • Endomorfo: grande e pesado (em geral acima do peso ideal), tem predisposição a engordar e dificuldade para emagrecer.

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Embora seja verdade que cada um de nós tende a um tipo físico, hoje essa classificação em 3 padrões é considerada ultrapassada, imprecisa e estereotipada, apesar de ainda vista como referência por muitos no universo fitness. Longe dessa simplificação exagerada, sabe-se hoje que muitas características se combinam para formar um corpo específico e singular.

Falando especificamente do sexo masculino, os tipos de corpo são certamente “reais” no sentido de que alguns são naturalmente altos e magros, outros baixos e gordos ou, ainda, fortes e musculosos. No entanto, ninguém se enquadra puramente dentro de um tipo físico e cada uma das 7 bilhões de pessoas no planeta tem um corpo ligeiramente diferente.

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O tipo físico é apenas uma predisposição, nunca uma predestinação. É só a descrição do seu corpo em um ponto no tempo, e não algo estático para toda a vida. Não deve ser uma explicação – ou desculpa – para um homem não ganhar músculos, perder gordura ou orientar suas decisões sobre o que comer e como se exercitar. Um corpo pode ser mudado e qualquer meta de condicionamento físico está ao alcance de todos, desde que se pegue firme, com consistência e disciplina, em treino e dieta.

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Tome o exemplo de um cara que parece um típico endomorfo – grande e acima do peso. Ele começa a levantar pesos e fazer dieta e, um tempo depois, perde 20 quilos de gordura e ganha músculos. Então o que ele é agora? Um mesomorfo? Ou continua sendo um endomorfo? Porque ele com certeza não parece mais gordinho como um endomorfo, então “mudou” de tipo físico.

Ao nos colocarmos em uma das 3 caixas, limitamos nossa percepção do que podemos alcançar. Alguém que se considera ectomorfo pode achar impossível ganhar músculo ou peso, então nem se dá ao trabalho de tentar. Um endomorfo pode acreditar que não consegue perder peso, quando não há razão para que ele não consiga se pegar firme em dieta e exercício.

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A categorização do corpo humano em 3 biótipos é considerado ultrapassado porque foi cunhado na década de 1940 — há mais de 80 anos! — pelo psicólogo americano William Herbert Sheldon. Embora algumas invenções e descobertas durem para sempre, em poucos anos a teoria dos “somatótipos” de Sheldon foi desacreditada pela comunidade científica como “pseudociência”.
 
O pior é que, na época, o dr. Sheldon não apenas acreditava que os tipos de corpo eram predeterminados e imutáveis como também defendia que eles influenciavam os traços de personalidade, como indicadores de inteligência e temperamento. Os magrinhos ectomorfos seriam introvertidos e contidos, os grandões mesomorfos seriam ousados e agressivos e os endomorfos seriam extrovertidos, alegres e… preguiçosos! Sheldon nunca provou as tais conexões entre corpo e caráter e foi criticado por somente estereotipar as pessoas com base em sua aparência.
 
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A genética desempenha papel considerável na constituição física e muitas características são determinadas por nosso DNA e herança étnica. Herdamos de nossos pais e antepassados não apenas genes que definem cor de pele, olhos e cabelo, estrutura óssea etc, mas também genes que influenciam padrões “invisíveis” ligados à resposta inata do corpo ao exercício: metabolismo, composição das fibras musculares, níveis hormonais, receptores androgênicos, síntese de proteínas e capacidade de recuperação.

Porém em nível individual temos atributos únicos, influenciados por estilo de vida, nutrição, exercício e ambiente que explicam em que espectro do tipo físico estamos em qualquer altura da vida.

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Pode-se mudar o tipo de corpo?

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