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Nem toda queda de cabelo é genética. Pode ser causada por estresse, dieta ruim, seborreia e excesso de oleosidade. Veja táticas para o crescimento saudável da sua juba.
Por Wilson Weigl
A genética desempenha o principal papel no drama que é a queda de cabelo, problema que aflige grande parte da ala masculina. Mas a herança hereditária que causa a famigerada alopecia androgenética pode não ser a única culpada pelo crime. Muito mais frequentemente do que se pensa, a queda de cabelo tem causas relacionadas ao estilo de vida, problemas fáceis de identificar e solucionar.
Caso sua tendência à calvície não tenha um forte componente hereditário, você ainda pode ter algum controle sobre a situação. Estes são os principais fatores que causam queda de cabelo e prejudicam o crescimento saudável dos fios.
- Maus hábitos alimentares
- Estresse
- Seborreia (caspa)
- Excesso de oleosidade no couro cabeludo
- Cigarro e álcool
Se você puder, vale a pena consultar um dermatologista para fazer um diagnóstico completo e apurado do problema. Depois de examinar o couro cabeludo, o especialista consegue recomendar os procedimentos corretos para cada caso.
“Os tratamentos estão se desenvolvendo incrivelmente e dão ótimos resultados no combate à calvície. Utilizamos recursos como o drug delivery, que são micro-injeções de fatores de crescimento, como vitaminas, que diminuem queda e perda de densidade e melhoram a ancoragem dos fios de cabelo no couro cabeludo. Também usamos aplicação de laser e medicamentos como minoxidil”, diz a dermatologista Adriana Vilarinho, da Clínica Adriana Vilarinho, de São Paulo, referência em dermatologia no Brasil.
Ao perceber na pia ou no travesseiro que seu cabelo está caindo mais do que o normal, procure um dermatologista para um check-up capilar. “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores os resultados dos tratamentos”, diz a médica.
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Veja abaixo algumas táticas que você pode adotar para evitar ou diminuir a queda do cabelo e dar aquela força no crescimento saudável da sua juba.
Tática 1: controlar o estresse
“O número de casos de queda de cabelo provocada por estresse aumentou muito na pandemia, em homens e mulheres”, conta Adriana Vilarinho. Estresse é uma das causas mais comuns da alopecia areata, doença inflamatória que provoca a queda de cabelo temporária e se manifesta principalmente em épocas de sobrecarga física ou emocional. Cerca de 10% dos casos de queda têm fundo psicológico e emocional, segundo a Sociedade Brasileira de Tricologia (área da medicina que estuda o cabelo).
Além do estresse, também fadiga, depressão e ansiedade contribuem para a queda do cabelo. Esses problemas costumam enfraquecer o sistema imunológico, com ação direta sobre os folículos capilares.
Em geral, quando o nível de estresse começa a ser controlado, o ciclo de crescimento do cabelo volta ao normal. Portanto, respire fundo e procure manter a cabeça mais fresca. Pratique meditação, passeie, contrabalance as demandas do trabalho com um hobby, desconecte-se do celular e do computador.
Tática 2: Combater a caspa
Caspa é o nome pelo qual é conhecida popularmente a dermatite seborreica, doença dermatológica causada por excesso de oleosidade, que ocorre em regiões do corpo onde há grande número de glândulas sebáceas, como é o caso do couro cabeludo. Porém a doença nem sempre se manifesta de forma seca, como descamação em flocos, do jeito que chamamos de caspa. Pode também aparecer em forma de lesões avermelhadas que provocam coceira.
O problema, de origem genética, não tem cura, só possibilidade de controle, com o uso regular de shampoos e loções. Estresse, clima frio e alterações bruscas de temperatura agravam o quadro.
A dermatologista da Clínica Adriana Vilarinho dá uma receita caseira que ajuda a higienizar o couro cabeludo:
“Em meio copo de vinagre de maçã adicione algumas gotas de óleo essencial de lavanda ou tea tree (melaleuca), aplique no couro cabelo, massageando bem. Deixe agir por 30 minutos e lave em seguida.”
Tática 3: Melhorar a alimentação
O cabelo precisa de nutrientes para crescer forte e saudável, e a deficiência nutricional causada por maus hábitos alimentares ou dietas rígidas demais pode comprometer a produção normal dos fios.
Uma alimentação saudável e equilibrada fornece ao cabelo nutrientes como proteínas e aminoácidos, diretamente ligados ao desenvolvimento dos fios. “Lácteos como iogurte e queijo são ricos em proteína. Sais minerais como zinco e magnésio, também importantes para a saúde capilar, são encontrados na aveia e em frutas, legumes e verduras”, diz Adriana.
Se você manda ver nos doces, comidas gordurosas, frituras e massas feitas de farinha branca (pão francês, pizza e macarrão), não está dando chance ao seu cabelo. Uma dieta deficiente contribui para a formação de radicais livres, moléculas que oxidam as células do corpo, incluindo as da pele e do cabelo. Já ingerir grande quantidade de gorduras saturadas provoca o aumento do sebo no couro cabeludo, favorecendo a queda.
Tática 4: lavar sempre o cabelo
Existe a crença de que lavar o cabelo todo dia resseca os fios e contribui para a queda. Ocorre justamente o contrário. “Acúmulo de oleosidade, poeira, poluição e suor impede a respiração dos bulbos capilares e acelera a proliferação de fungos”, explica Adriana Vilarinho.
É permitido lavar o cabelo todo dia, sem susto, porque a limpeza não tem relação com calvície. Pior é deixar de lavar. “Pode-se usar shampoos e loções com ingredientes antiqueda, que fortalecem os fios”, sugere a dermatologista.
Tática 5: eliminar resíduos químicos
“Resíduos de substâncias químicas de cera, pomada e gel acumulados nas raízes dos fios comprometem seu crescimento saudável, por obstruir os bulbos capilares”, diz Adriana Vilarinho.
Os especialistas condenam ir para a cama com o couro cabeludo e os fios impregnados de suor, sebo e restos de fixador. Isso tudo forma uma gororoba que entope as raízes. Se você usa gel, pomada ou pasta, lave o cabelo antes de dormir. E seque bem o cabelo, porque dormir logo depois do banho, com os fios ainda molhados, pode comprometer a saúde do couro cabeludo, porque a umidade somada ao abafamento do travesseiro cria um ambiente propício para a proliferação de fungos e piora a dermatite seborreica.
Só enxugar com toalha não é suficiente, porque o couro cabeludo continua úmido. Lave duas ou três horas antes de dormir, para que o couro cabeludo seque totalmente, ou use secador.
Tática 6: evitar cigarro e diminuir o álcool
Não é novidade que essas duas coisas são ruins para a saúde, mas nem todo mundo sabe dos danos que a dupla provoca também no cabelo, especialmente em quem já tem tendência à queda.
A nicotina exerce efeito vasoconstritor que estreita as artérias e prejudica o fluxo de sangue até os bulbos capilares, onde nascem os fios, comprometendo sua nutrição e oxigenação. O excesso de álcool, por sua vez, provoca uma espécie de intoxicação celular que chega até os bulbos capilares.
No caso do tabagismo, a solução é largar o cigarro definitivamente, o que não é nada fácil. Em relação ao álcool, não é preciso virar abstêmio: basta maneirar no consumo.
Tática extra: usar boné de LED
Um tratamento para cabelo fino e ralo altamente eficaz que pode ser feito em casa é a terapia de luz, a ledterapia (com lâmpadas LED), feita com boné ou capacete. “Esses dispositivos de uso doméstico emitem luz vermelha, que fornece energia para as células, o que colabora diretamente para a nutrição e saúde dos folículos, estimulando o engrossamento e o aumento do número de fios”, diz Adriana Vilarinho.
Dá para encontrar modelos em diversas faixas de preços. O boné custa bem menos do que o capacete (que é um equipamento mais sofisticado) é um bom investimento para quem dispõe de uma graninha para gastar.
*Foto: Deposit Photos
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