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Como acreditar mais no nosso potencial? Como gostar mais de nós mesmos? Como nos libertar dos padrões e modelos impostos? Confira dicas para melhorar sua autoimagem.
Por Wilson Weigl
Todos nós passamos por períodos com a autoestima lá embaixo. São épocas em que não acreditamos em nosso próprio valor, subestimamos nossas capacidades, nos sentimos incapazes de encarar os desafios e até não gostamos de nossa imagem no espelho. Para muitos de nós, esses períodos são curtos — felizmente! Damos a volta por cima e seguimos a vida.
Mas muitos homens mantêm esse gatilho interno de auto-sabotagem e autodepreciação, que prejudica o trabalho e os relacionamentos. É preciso combater a tendência a prejudicar a nós mesmos por nos acharmos inadequados, feios, incapazes e não merecedores de sucesso, amor, dinheiro e felicidade. Mas como superar essas limitações que nós mesmos nos impomos?
Na definição da psicologia, a autoestima é uma avaliação subjetiva (positiva ou negativa) que o ser humano faz de si mesmo. É “subjetiva” por ser influenciada por nosso universo interior, nossos valores e nossa autoimagem. Portanto não está necessariamente conectada à realidade. “A autoestima sofre quando essa avaliação empresta modelos de outras pessoas e é influenciada pela comparação e pelos padrões estabelecidos de beleza, comportamento e sucesso. A sensação de não se encaixarmos nesses padrões — muitas vezes impossíveis de alcançar — abala a autoconfiança, a autoaceitação e o amor próprio”, diz a psicóloga e sexóloga Jussania Oliveira, autora do livro “Amor Próprio” (clique aqui para conhecer o site dela; no Instagram, veja @jussaniapsicosex).
Fato é que sempre vamos perder na comparação com outros homens, que são bonitos, atléticos, bem sucedidos, felizes. Ou pelo menos se exibem assim nas mídias sociais, como o Instagram. “A sensação de não corresponder a esses padrões impacta negativamente a autoestima e causa desinteresse, falta de motivação, insegurança e até doenças como ansiedade e depressão”, afirma Jussania.
“Influenciada por esses modelos inatingíveis, a pessoa vive correndo atrás de algo que não é dela, que não faz parte de sua natureza, até sem perceber. Não procura refletir sobre quem é de fato, desenvolver o autoconhecimento, descobrir quais são suas reais necessidades, o que a completa e a deixa feliz de verdade”, continua a psicóloga.
Baixa autoestima também é a principal causa pela qual muitos homens se enredam em relações amorosas destrutivas, empregos escravizantes, conflitos familiares tóxicos. comportamentos inadequados. Tudo por não se gostar, não se achar capaz, não se valorizar, não achar que merece mais.
Como melhorar a autoestima? Como acreditar em si mesmo? Como se libertar dos modelos impossíveis? Confira as dicas da psicóloga e sexóloga Jussania Oliveira.
Descubra a pessoa incrível que você é
“Tudo o que você precisa está dentro de você. A maioria das pessoas não descobre suas qualidades e potencialidades porque está sempre olhando para fora, se espelhando em outros modelos em vez de construir seu próprio, adequado a seu momento e estilo de vida”.
Não se compare com outras pessoas
“Você é único, não precisa e nem deve tentar reproduzir modelos de outras pessoas. Algumas pessoas podem até ser fonte de inspiração, uma referência positiva para começar a se exercitar, fazer uma dieta, estudar determinado assunto, desenvolver uma habilidade, trilhar um novo caminho. Mas você precisa ser o que é. Não tente reproduzir padrões para se aceitar”.
Perdoe suas falhas e seus erros
“Todos nós quebramos a cara de vez em quando. Mas você aceita seus erros? Fica remoendo suas falhas? É tolerante com suas deficiências e escolhas equivocadas? Pegue mais leve consigo mesmo e desenvolva a capacidade de fazer e refazer tudo de novo quando algo não deu certo. Não se deixe abater pela descrença em seu potencial, nem se sinta fracassado frente aos obstáculos.”
Seja honesto com si mesmo
“Olhe para dentro de você e descubra quem você é, o que sente, deseja, almeja, do que precisa de verdade para se sentir bem consigo mesmo e ser o mais feliz possível dentro das limitações que todo ser humano enfrenta. Não se pode ter tudo o tempo todo. Que tal procurar ter o que é possível e o que lhe é de direito?”.
Respeite sua humanidade
“O ser humano é imperfeito em essência. Defeitos, fraquezas, medos e inseguranças fazem parte da natureza humana. Nossa vida é soma de todas as experiências vividas, sejam boas ou más, dos erros e acertos, dos sucessos e fracassos. Respeite sua condição humana e não tente ser um super-homem frente às adversidades e obstáculos. Não se deixe dominar pela culpa quando algo não dá certo. Errar é humano, como diz o ditado”.
Exercite a gratidão
“Pese sua vida e perceba que ela tem mais coisas boas do que ruins. Pense no aprendizado proporcionado por seus erros e experiências negativas. Agradeça suas conquistas e vitórias, em vez de se mortificar pelas derrotas. Sempre que tomar uma porrada da vida, não se deixe abater e foque no que existe de bom e construtivo em sua volta”.
Você precisa de ajuda?
Espero que todas essas dicas acima ajudem você a melhorar sua autoestima e elevar seu conceito sobre si mesmo. Mas muitas vezes a gente precisa de ajuda nesse processo de começar a enxergar nosso potencial. Não tenha medo ou vergonha de procurar um psicólogo: o especialista vai deixar mais fácil esse caminho até o autoconhecimento e a autovalorização.
Pode ser até caso de tomar remédios — o que também não é vergonha nenhuma. Os medicamentos ajudam a combater a ansiedade e a depressão. Porém sozinhos não fazem mágica: eles aliviam os sintomas, não tratam as causas.
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