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O prazer de fazer sexo “na pele” é um grande atrativo: 66% dos homens já pediram para fazer sexo sem preservativo. E 71% das mulheres se sentem constrangidas de levar camisinha na bolsa. São resultados de uma pesquisa da Olla.
Por Wilson Weigl
Todo mundo sabe do perigo de contrair doenças terríveis fazendo sexo sem proteção. Sim, todo mundo sabe. Mas a relação dos brasileiros com a camisinha ainda é estranho. Na hora de usar e ter à mão o preservativo, a prática é diferente da teoria, infelizmente. A marca de preservativos Olla entrevistou 1.000 pessoas homens e mulheres para entender seus hábitos em relação ao uso do preservativo. E a pesquisa revelou números preocupantes.
Uma das piores constatações é que a metade dos entrevistados (52% das mulheres e 47% dos homens) nunca ou raramente usam camisinha. Quanto a estar “preparado”, 45% dos homens carregam sempre preservativo, mas só 29% das mulheres fazem isso, por receio do julgamento do parceiro. “A pesquisa mostra que ainda temos um caminho a percorrer quanto se trata de igualdade entre gêneros no Brasil”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de diversos livros sobre sexualidade e relacionamento, que analisou os dados.
O prazer de fazer sexo “na pele” é um atrativo: 66% dos homens já pediram para fazer sexo sem preservativo (22% querem sempre). Daí vem o remorso: 57% já ficaram preocupados depois da transa com uma possível gravidez e 58% com ter contraído uma doença. Ou seja, a neura depois de uma transa sem borracha não costuma compensar a satisfação da hora. Entre as mulheres, 49% já quiseram que o parceiro não usasse preservativo.
Como o Brasil ainda é um país machista, para as mulheres comprar o preservativo e ter na bolsa também é complicado. Elas ainda se sentem constrangidas ao pedir camisinha na farmácia (40%). Pior, acham que vão ser malvistas por carregar camisinha na bolsa (47%). “Elas têm medo do preconceito e do julgamento dos outros sobre sua vida sexual”, analisa Mirian Goldenberg. Segundo a pesquisa, isso não é verdade, porque 79% dos homens afirmam que não avaliam mal a mulher que tem camisinha e 61% acham que elas deveriam ter sempre preservativo à mão.
Sexo sem proteção é perigo sempre. E “deixar rolar” na hora H é o maior erro de todos. Tem gente que pensa no vírus HIV, da Aids, como um perigo distante, mas se arrisca a contrair herpes, sífilis, gonorreia, clamídia, HPV ou hepatite tipo C, todas transmitidas por meio do sexo sem proteção.
Usar preservativo continua sendo a forma mais eficaz de se defender das DSTs. Se você pensar direito, não há nenhum argumento razoável para alguém não usar. Elas hoje são tão finas que não tiram nada do prazer. E ainda há opções de tamanhos para todos os tipos de equipamento, texturizadas, com sabor e até retardantes.
Veja abaixo o resumo dos principais resultados da pesquisa da Olla com comentários da antropóloga Mirian Goldenberg.
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